terça-feira, 4 de setembro de 2012

O Sentido Simplificado da Vida

Mais uma vez olás, meninos e meninas! O meu blogue os recebe feliz da vida para MAIS UM texto super divertido que os farão feliz e contentes, com ótimas sacadas e humor inteligentíssimo!!
Mentira, é mais uma filosofia piegas que eu inventei em algum canto do meu cérebro. Enquanto ninguém me amarra e me tranca num quarto acolchoado, eu sigo escrevendo. Eu me divirto lendo minhas sandices. Espero que vocês também :D

Já pensaram sobre o porquê de estarmos aqui? Quer dizer, por que estamos vivos hoje, aqui, na Terra? De onde viemos? Para onde vamos? Qual é, infernos, o sentido da vida? Como eu gosto de filosofar, eu já pensei várias vezes a respeito, e já achei algumas respostas pra essa pergunta. Todas bem absurdas e desconexas, é claro. Nenhuma delas como o pensamento que tive abaixo, e compartilho com vocês. Afinal de contas, eu não sei qual é o sentido completo da vida. Mas eu sei que a humanidade achou um sentido bem simplificado. É meio simples, vocês verão, mas tem funcionado nos últimos anos. Pra quê mudar agora?

O Sentido Simplificado da Vida

Muito esforço e massa cinzenta já foram gastos tentando explicar qual é, afinal de contas, o sentido da vida. Quer dizer, qual é o motivo metafísico que nos faz estar aqui, nesta ogiva azul imensa, bailando com os outros planetas pelo grande espaço sideral. Por que metabolizamos alimentos, replicamos nossos ácidos genéticos, pensamos, aprendemos e morremos. Esta é uma questão tão profundamente arraigada nos nossos cérebros que tentamos as mais absurdas respostas possíveis (e também as impossíveis!) para calá-la. Tentamos nos voltar ao Deus cristão, ou aos deuses nórdicos, ao Espaguete Voador, à cachaça e, enfim, qualquer coisa que tenha respostas (ou a ausência delas) para nos ajudar a acalentar essa mordida questão.
Seja qual for o sentido da vida, ele parece ser bem intrincado. Desde que a vida se originou de uma sopa primordial, há bilhões de anos atrás, ela foi se complicando e se sofisticando progressivamente, até se tornar um organismo celular, e depois um multicelular, e mais tarde ter dois sexos diferentes, e raciocinar e aprender e, enfim, viver. Em cada geração seguinte, a vida vai se complicando cada vez mais e se sofisticando cada vez mais, para se adaptar ao mundo hostil em que vivemos. Ah, Darwin verteria pequenas lágrimas de orgulho, se soubesse que sua pequena e audaciosa teoria consegue explicar tanta coisa...

Mas a raça humana é notoriamente conhecida por ignorar a natureza (hehe). Se a teoria darwiniana de evolução adaptativa das espécies pode explicar satisfatoriamente 3 bilhões de anos de vida, a raça humana aprendeu a rir dessa teoria, quando decidimos que éramos tão ridiculamente brilhantes que a gente não precisava mais se adaptar ao mundo - o mundo que se adaptaria a nós! Agora não precisamos mais aprender novos truques biológicos para sobreviver ao frio, ao calor, à chuva e à insolação - nosso vasto intelecto já é suficiente para vencermos todas as intempéries naturais e, mais ainda, dizer, na cara da natureza, que nós mandamos agora. Caraca, como a gente é foda.
Sem essas preocupações mundanas de sobrevivência e adaptação aos perigos primordiais, alguns humanos resolveram se deprimir. Outros, mais ousados e inquietos, simplesmente resolveram achar problemas mais legais para se resolver. Como dormir o dia inteiro em uma rede, à sombra de um enorme baobá, pensando sobre estrelas e caças emocionantes. Sobre artefatos úteis e a vida pós-morte. Ou o assunto preferido de qualquer grupo de homens jovens e desocupados em uma noite em volta de uma fogueira: mulheres.

Imaginem essa cena genérica: uma tribo de povos nômades em algum lugar da África central entra em polvorosa porque o chefe da tribo - o mais velho e sábio - tem uma filha que é desesperadoramente linda. Os machos solteiros vão naturalmente disputar a mão desta adorável donzela. Mas ela não vai aceitar qualquer um, é claro! Então eles decidem ser o melhor caçador, o melhor coletor, o corredor mais forte, o líder mais inteligente. E eles começam a disputar entre si para descobrir quem deles é o mais notável, o mais preparado - enfim, o mais macho - que terá a chance de pedir a mão da guria em casamento e levá-la, finalmente, pra cama.
Agora, queridos leitores, em 20 mil anos de história humana, tentem imaginar quantas mil vezes essa cena acima se repetiu. Quantos milhões de homens se lançaram em jornadas impossíveis, em disputas intensas, em missões invencíveis, para ter a chance de comer a filha do cacique. Pensem em quantos Marios viraram super, enfrentaram jornadas insólitas e derrotaram monstros absurdos para conquistar as suas princesas Peach. Essa deliciosa recompensa suplanta qualquer disputazinha filosófica sobre qual é o propósito da vida no planeta inteiro! "Eu não me importo em saber o porquê de estarmos vivos - eu estou aqui pra pegar aquela mina!". Agora que podemos nos adaptar facilmente ao mundo, viver é simples demais. Difícil mesmo é atravessar florestas, matar dragões e bruxas, derrotar tropas inimigas, escrever poemas... Tudo isso pra conseguir uma noite com a mulher dos seus sonhos.

Ah, eu sei, isso é supersimplificar a vida. Mas todos os meus leitores sabem como o raciocínio masculino pode ser obtusamente simples. Quantos homens vocês conhecem que já se enfiaram nas situações mais absurdas e impossíveis, porque resolveram pensar com a cabeça de baixo? Imaginem quantos homens, do alto de seus egos, decidiram partir pra guerras do outro lado do mundo, somente para poder voltar e ter ao seu lado várias mulheres babando nas suas histórias de bravura e heroísmo - mesmo que tudo o que ele tenha feito foi se esconder embaixo da cama e chorar feito uma criancinha. Ou homens que trabalham dezesseis horas por dia, aguentam chefe babaca, trânsito infernal e o cacete, só para levar a namoradinha pra jantar num restaurante bacana toda sexta. Homens que escreveram sua marca na história, inventando a calculadora, a lâmpada incandescente, a metralhadora anti-tanque, só para serem homens notáveis e respeitosos, para conseguir conquistar os amores de suas vidas. Beethoven compôs Für Elise, Napoleão conquistou a Europa, Stálin liderou o comunismo, Dom Pedro inventou o Brasil. Todos são grandes eventos, que reescreveram as páginas da História Mundial e alterou para sempre o caminhar trôpego da humanidade. Mas, mais do que isso, ajudaram seus autores insólitos a serem pessoas notórias, respeitadas e cheias de charme. Ajudaram seus autores a conquistar suas amadas.
Encarem, então, toda a história da humanidade sob essa perspectiva: todas as grandes - e, por que não?, as pequenas - ações foram pensadas não para fazer alguém entrar na História ou para ser rico e famoso e feliz mas, sim, para conquistar alguém! Mesmo quando estão pensando com a cabeça de cima para serem homens que transcenderam suas gerações, no fundo eles estão pensando com suas cabeças de baixo, para levarem quantas mulheres aguentarem - ou, se o homem for suficientemente apaixonado, levar a mesma mulher várias vezes - para a cama, para fazerem amor, serem felizes e acharem, ali, o sentido de suas simples e curtas vidas.

Alguns leitores provavelmente ficarão chateados com minhas conclusões. Afinal, concordo, é meio triste pensar que tudo o que os homens querem é seduzir uma qualquer, e é meio triste reduzir tantas conquistas milenares a "uma boa desculpa pra transar". Mas vocês estão olhando pelo lado errado: tudo o que foi conquistado pela humanidade em tantos anos - guerras, músicas, invenções, cidades, a ida à Lua - foram provas sofisticadas de amor! (ooooun). Homens não sabem dizer "eu te amo" - preferem invadir aldeias medievais juntos de seus amigos víquingues e voltar cheio de ouros e pratas, para então dizer, sob a luz do luar: "Eu fui até lá e matei todos aqueles cristãos infieis, cruzando os mares do norte, pensando em você". As mina pira, cara!
Bom, é claro que nem todos nós procuramos a admiração feminina. Há muitas histórias de mulheres que conseguiram efeitos notáveis - Boadiceia declarou guerra contra o Imperio Romano, Teodora reinou sobre o Império Bizantino, para alguns exemplos. Isso para não mencionarmos os grande líderes homossexuais, que não queriam mulher coisa nenhuma - mas o Inominativo não é preconceituoso, como vocês sabem.
Oooras, digam o que disserem. Homens e mulheres, gays e héteros, chineses e ingleses, novos e velhos: todos querem ser famosos, ricos, influentes e temidos porque, no final do dia, querem conquistar alguém especial, querem passar o resto da noite - ou o resto de suas vidas - junto do seu amor.

Então, quando você estiver pensando em um grande objetivo de vida, parado, olhando para o horizonte, não pense em escolher aquilo que vai fazê-lo feliz. Não pense em uma carreira que vai dar dinheiro, sucesso e tranquilidade. Pense no objetivo que vai garantir que as mina pire por você, meu filho. Conquiste a Europa de novo, se for preciso. Lidere uma revolução, invente a cura pro câncer, contracene com o Chuck Norris. Mais do que deixar a sua marca indelével de fodismo para a posteridade, você conquistará todos os corações que você quiser! O resto da humanidade agradece pela sua marca deixada, e você vai viver feliz, certo de que o sentido simplificado da vida foi enfim satisfeito para você. Você finalmente conquistou o seu amor!
Até que digam que a princesa está em outro castelo. Ou que a sua esposa se transforme em uma megera e você precise conquistar outra. Aí, meu filho, lá vai você em outra saga absurda, atrás de mais heroísmos loucos. Tudo pela conquista!

Ah, como a vida é besta...

Ouvindo:
Paradise City
Guns N' Roses
Appetite for Destruction (1987)

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