sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

Abre Fácil

Boa tarde, macacada!
Há de haver, agora - e eu espero que tenha - aqueles que estranhem o fato de eu estar repostando aqui menos de uma semana depois do post anterior. Pois é, escrevi este texto no dia seguinte ao post passado, e o arquivei para postá-lo semana que vem. Mas pensei melhor - por que não colocá-lo logo para que todos vejam? Semana que vem eu me viro e penso em outra coisa. Deste modo eu me obrigo a ser mais criativo. Viu só como eu penso em vocês? ^^
Espero que vocês gostem. E se não gostarem, bem, rolem ladeira abaixo, e se machuquem muito.

Contos do Cotidiano
II - Abre Fácil

Eu sentei na cadeira. E olhei pra ele. Ele estava lá, em cima da mesa. Olhando pra mim. Me desafiando. "Tu queres, plebeu? Decifra-me, ou devoro-te!". Eu não poderia achar que era um blefe. Se eu não fizesse o jogo dele, eu não o venceria. Então era isso: fazer o jogo dele. Jogar o jogo dele. E vencer o jogo dele. Ou isso, ou a derrota, humano.
Eu não tinha muitas opções. Peguei o pacote de Bono nas minhas mãos, e olhei o colorido rótulo. Em um alegre destaque, estava o falso "Abre Fácil". Há, que jogada mais desprezível, pacote. A velha tática do "siga as indicações, humano boboca" não funciona comigo. Dei uma nova olhada no pacote e descobri, frustrado, que não havia saídas, novamente. Vai ter que ser o "Abre Fácil". Poxa.
Puxei no lugar indicado. E como eu esperava, não aconteceu nada. A merda do lacre ainda estava lacrado. Então eu usei de minha delicadeza para puxar a pontinha. Quando lembrei que não tenho delicadeza, que isso é coisa de frutinha. E frustrei-me. Mas não, não nasci para frustrar-me! Não desta vez! Tentei de novo. Nada. Outra vez. Começou a sair do lugar... mas era só o pacote me enganando. Porque depois voltou ao início. Indefectível, como antes. Mas eu NÃO VOU DESISTIR, ouviu bem, Bono?
Ele não deu a mínima. Acho que riu de mim. Então eu tentei ir por outros caminhos. Lembrei das eras antigas, quando os marqueteiros não tinham inventado o ludibriador "Abre Fácil", e a gente tinha que abrir o pacote com destreza. Por cima, onde a embalagem começa, saca? Mas eu descobri que as embalagens de hoje são melhor lacradas do que antes. É, não adianta, eu vou ter que voltar para o lacre sacana. Agora eu tenho certeza, o pacote está se divertindo.
Depois de mais de dez minutos tentando pela segunda vez vencer o "Abre Fácil", e de eu me lembrar de ofensas e xingamentos que havia tempos que eu não proferia, eu me lembrei do ensinamento da minha sábia mãe: "não adianta usar a força, filho, tem que ter jeito". Então eu relaxei, pedi desculpas ao pacote, fui me distrair com meu pequeno canino. Voltei à embalagem.
Nada.

Quer saber? fui à cozinha, peguei uma faca, e arrebentei o pacote em dois. Certeiro, no meio. 7 bolachas para cada lado. Pois é, mamãe, desta vez, não foi o jeito. Foi a força bruta, mesmo. Mais uma vez, vitória da humanidade \o/

Ouvindo:
Hot Tequila Brown
Jamiroquai
Dynamite (2005)

4 comentários:

Anônimo disse...

Haha, o abr-facil do club social nunca funciona cmg =S
Bjos!

Anônimo disse...

ahauhauahauhauha
e nao eh que eh verdade?? nunca dah certo esse abre facil.

Grande resumo do jeitinho humano de ser. Deparando-se com a adversidade, quê jeitinho o quê. Vamo resolve é no braço.

uahuahauha

beeeijo

Anônimo disse...

Mal sabia que em um pacote vinham 14 bolachas! Que loucura! Aposto que antigamente a quantidade era maior, o qualidade superior e o preço menor. A-ha, Tostines, a quem vc quer enganar? Sou consumidora ladina desde a mais tenta idade! Sempre sofro com os "Abre aqui" das wafers e de sachês de catchup.

É... o "Mais vale jeito que força" do Casimiro de Abreu se fodeu (para rimar e deixar poético), é na unha, nos dentes e, no caso, na facada!!!

Bjo!

Anônimo disse...

Muito muito muito bom esse texto...
hehe
incrivel... acho que ninguem consegue abrir aquilo direito...

E aquelas embalagens aprova de criança.... que soh criança consege abrir..
hehehhe

bjos