Olá, pessoas! Feliz fim de Setembro para vocês! Aê!! \o/
Sim, eu sei, faz tempo que não atualizo. Doze dias, para sermos exatos. Não pensemos em coisas negativas, though. Vamos pensar em coisas positivas, porque eu preciso de uma idéia para o meu blog! Então vejamos o que sai da cabeça do autor que, vocês já sabem, não tem lá muito de útil. Ainda mais quando ele não está com nenhum pingo de imaginação. Uh.
Quando o Relógio Não Colabora
Imagine um ambiente maçante. Digamos, uma sala de aula. Mas não uma aula qualquer. Uma aula enfadonha de uma matéria odiosamente tediosa com um professor inescrupulosamente tedioso e enfadonho. O tipo de aula que faz atiçar em você seus sentimentos mais suicidas e revoltados. Você começa disposto a prestar atenção na aula. Depois de alguns minutos você se lembra porque odeia aquela aula e porque sorri gostosamente quando imagina o professor correndo em chamas, gritando de terror. Sim, você odeia a aula. E cansou de prestar atenção nela, ué. Você dá aquela rabiscadinha na carteira, faz uns bigodinhos nas fotografias do livro-texto, conta algumas piadinhas. Depois do que parece umas duas horas de pura tortura letiva, você resolve consultar seu relógio de pulso, a certificar-se de que faltam, afinal, poucos minutos de terror. E, para seu espanto, descobre que o relógio andou miseráveis doze minutos. E você ainda tem outros 88 minutos de sofrimento gratuito em aula. É, o tempo é um safadinho.
Einstein, o sabe-tudo da Alemanha, sabia que estava no caminho certo quando postulou que tudo é relativo. E quando você aprendeu isso, não aprendeu junto que isso valia para a sua simples vidinha cotidiana, certo? Você aprendeu na marra que o tempo é inescrupuloso, e ele foi inventado por alguém (Deus, talvez?) com a única e exclusiva missão de torturar a sua existência. É um fanfarrão, esta entidade infeliz, o tempo.
No nosso causo anterior, você está lá, crente de que você está pelo menos duas horas ouvindo aquele blá-blá-blá interminável. O relógio acusa, entretanto, que foram somente doze minutos. Você olha para ele incrédulo. Não é possível!! Você olha para o lado, para seu colega, que está no mesmo estado de torpor em que você se encontrava até agora há pouco, até descobrir a farsa do seu relógio. Em silêncio, se comunicam: "Cara, no seu relógio também só se passaram doze minutos?". Ele acorda da hibernação dele e olha pro relógio. E o espanto dele é idêntico ao seu. Ele te olha, também incrédulo. Não é possível! Um momento de pânico. Uma nova consulta, e só se passou mais um minuto. E os dois se frustram. Cada um volta ao seu mundo de isolamento do resto do planeta, para aguardar mais algumas horas de tortura.
Está vendo a Teoria da Relatividade em ação? Pra você, horas de sofrimento e desgosto. O tempo, entretanto, disse que só andou doze minutos. E cale a boca quem discorda! O tempo é inescrupuloso, amigos. A função dele é prolongar nossos sofrimentos, e encurtar nossas diversões. Por quê? Não sei. O mundo seria um lugar muito mais agradável, muito mais divertido e muito melhor se o tempo nos ajudasse. Teríamos menos guerras, menos violência, menos famintos e estaríamos mais próximos da paz mundial. Mas eu já havia dito, em outra postagem, que Deus, o nosso Simpático Todo-Poderoso, gosta de se divertir quando assiste a sua criação (nós mesmos) andando por aí, no nosso pedregulho azul. Foi por esse motivo que ele criou a cevada, lembram-se? Então. Creio eu que deve ter sido por este mesmo motivo que ele decidiu que o tempo deveria ser um grande sacana. Diversão própria, claro.
Quer outro exemplo de como o tempo é safadinho? Em vez de uma aula "amável", vamos para, hmmm... uma partida de truco no seu intervalo. Eu, por exemplo, costumo ter, aí, uns vinte minutos de intervalo para ganhar uma partida. Esse é o tipo de evento em que o relógio pode se demorar o quaaaaanto quiser. Só que até você acertar o lugar e fazer todo mundo se sentar para começar a partida, os vinte minutos já se esgotaram faz tempo. Mais uma vez, incrédulo, você consulta seu relógio. Não é possível!, você diz, enquanto todos estão se levantando para voltar à tortura nossa de cada dia. O pouco tempo de felicidade que nos sobrou foi gasto, já. E você podia jurar que não se passaram nem três minutos!! Vencido, você se vê obrigado a voltar para a sala de aula. Bogus.
Dentro da aula, bueno, a história é razoavelmente a mesma que já vimos. Você olha pro relógio depois de uma hora e só se passou 5 minutos. Daí você sai, vai ao banheiro, relaxa, bebe uma agüinha, faz uma social com quem estiver andando por aí... E volta pra aula. Só se passaram mais 5 minutos.
Não dá pra entender qual é a do tempo. Porque ele gosta de ser este desagradável. E não é só na escola que isso acontece! Nããão, meu bom homem. Isso acontece também, por exemplo, quando você dorme mais cinco minutinhos, e acorda meia hora atrasado. Quando você perde o busão e pensa: "Bah, o próximo chega em dez minutinhos" e você chega quase uma hora atrasado no destino. Ou quando você está esperando na fila do Playcenter, e depois de quase 4 horas você só ficou dez minutos aguardando... Não adianta espernear, processar alguém, ameaçar de morte, dar chilique, dizer que é injusto. Sim, é injusto. E você não pode fazer nada a respeito. O negócio, diria a ex-prefeita, ministra do turismo e perua socialite nas horas vagas: "relaxa e goza", meu guri. Aproveita a fila do Playcenter pra botar as piadinhas em dia, aproveita que perdeu o ônibus e compra umas palavras cruzadas pra fazer, aproveita que você já se atrasou meia hora e se atrasa uma hora inteira, pra arredondar... Pense sempre com o copo meio cheio!
E dê um jeito de aproveitar esse lapso do tempo. Veja, por exemplo, você na aula chata. Aproveita que o tempo demooooora pra passar e faça alguma lição de casa! Se o tempo demorar a passar, você terá tempo o suficiente para fazer o exercício. E se ele, sabendo que você precisa de bastante tempo pra fazer o exercício, resolve ir rápido, melhor ainda: a aula termina mais rápida!
Sempre tem um jeitinho brasileiro pra essa vida. Até quando é uma lei física inexorável pensada por um alemão CDF. Esse país tem futuro, meu bom leitor. Ou não, vai que o tempo demooooora a passar até o futuro... :P
E eu não posso terminar esse post sem dizer a máxima: "A duração de um minuto é muito relativa. Depende de que lado da porta do banheiro você está".
E, por favor, me perdoem pela demora. Vou me esforçar mais para manter o blog sempre em dia. Até a próxima postagem, galera! Até Outubro! Obrigado pela preferência!
Ouvindo:
Everybody's Changing
Keane
Hopes and Fears (2004)
Sim, eu sei, faz tempo que não atualizo. Doze dias, para sermos exatos. Não pensemos em coisas negativas, though. Vamos pensar em coisas positivas, porque eu preciso de uma idéia para o meu blog! Então vejamos o que sai da cabeça do autor que, vocês já sabem, não tem lá muito de útil. Ainda mais quando ele não está com nenhum pingo de imaginação. Uh.
Quando o Relógio Não Colabora
Imagine um ambiente maçante. Digamos, uma sala de aula. Mas não uma aula qualquer. Uma aula enfadonha de uma matéria odiosamente tediosa com um professor inescrupulosamente tedioso e enfadonho. O tipo de aula que faz atiçar em você seus sentimentos mais suicidas e revoltados. Você começa disposto a prestar atenção na aula. Depois de alguns minutos você se lembra porque odeia aquela aula e porque sorri gostosamente quando imagina o professor correndo em chamas, gritando de terror. Sim, você odeia a aula. E cansou de prestar atenção nela, ué. Você dá aquela rabiscadinha na carteira, faz uns bigodinhos nas fotografias do livro-texto, conta algumas piadinhas. Depois do que parece umas duas horas de pura tortura letiva, você resolve consultar seu relógio de pulso, a certificar-se de que faltam, afinal, poucos minutos de terror. E, para seu espanto, descobre que o relógio andou miseráveis doze minutos. E você ainda tem outros 88 minutos de sofrimento gratuito em aula. É, o tempo é um safadinho.
Einstein, o sabe-tudo da Alemanha, sabia que estava no caminho certo quando postulou que tudo é relativo. E quando você aprendeu isso, não aprendeu junto que isso valia para a sua simples vidinha cotidiana, certo? Você aprendeu na marra que o tempo é inescrupuloso, e ele foi inventado por alguém (Deus, talvez?) com a única e exclusiva missão de torturar a sua existência. É um fanfarrão, esta entidade infeliz, o tempo.
No nosso causo anterior, você está lá, crente de que você está pelo menos duas horas ouvindo aquele blá-blá-blá interminável. O relógio acusa, entretanto, que foram somente doze minutos. Você olha para ele incrédulo. Não é possível!! Você olha para o lado, para seu colega, que está no mesmo estado de torpor em que você se encontrava até agora há pouco, até descobrir a farsa do seu relógio. Em silêncio, se comunicam: "Cara, no seu relógio também só se passaram doze minutos?". Ele acorda da hibernação dele e olha pro relógio. E o espanto dele é idêntico ao seu. Ele te olha, também incrédulo. Não é possível! Um momento de pânico. Uma nova consulta, e só se passou mais um minuto. E os dois se frustram. Cada um volta ao seu mundo de isolamento do resto do planeta, para aguardar mais algumas horas de tortura.
Está vendo a Teoria da Relatividade em ação? Pra você, horas de sofrimento e desgosto. O tempo, entretanto, disse que só andou doze minutos. E cale a boca quem discorda! O tempo é inescrupuloso, amigos. A função dele é prolongar nossos sofrimentos, e encurtar nossas diversões. Por quê? Não sei. O mundo seria um lugar muito mais agradável, muito mais divertido e muito melhor se o tempo nos ajudasse. Teríamos menos guerras, menos violência, menos famintos e estaríamos mais próximos da paz mundial. Mas eu já havia dito, em outra postagem, que Deus, o nosso Simpático Todo-Poderoso, gosta de se divertir quando assiste a sua criação (nós mesmos) andando por aí, no nosso pedregulho azul. Foi por esse motivo que ele criou a cevada, lembram-se? Então. Creio eu que deve ter sido por este mesmo motivo que ele decidiu que o tempo deveria ser um grande sacana. Diversão própria, claro.
Quer outro exemplo de como o tempo é safadinho? Em vez de uma aula "amável", vamos para, hmmm... uma partida de truco no seu intervalo. Eu, por exemplo, costumo ter, aí, uns vinte minutos de intervalo para ganhar uma partida. Esse é o tipo de evento em que o relógio pode se demorar o quaaaaanto quiser. Só que até você acertar o lugar e fazer todo mundo se sentar para começar a partida, os vinte minutos já se esgotaram faz tempo. Mais uma vez, incrédulo, você consulta seu relógio. Não é possível!, você diz, enquanto todos estão se levantando para voltar à tortura nossa de cada dia. O pouco tempo de felicidade que nos sobrou foi gasto, já. E você podia jurar que não se passaram nem três minutos!! Vencido, você se vê obrigado a voltar para a sala de aula. Bogus.
Dentro da aula, bueno, a história é razoavelmente a mesma que já vimos. Você olha pro relógio depois de uma hora e só se passou 5 minutos. Daí você sai, vai ao banheiro, relaxa, bebe uma agüinha, faz uma social com quem estiver andando por aí... E volta pra aula. Só se passaram mais 5 minutos.
Não dá pra entender qual é a do tempo. Porque ele gosta de ser este desagradável. E não é só na escola que isso acontece! Nããão, meu bom homem. Isso acontece também, por exemplo, quando você dorme mais cinco minutinhos, e acorda meia hora atrasado. Quando você perde o busão e pensa: "Bah, o próximo chega em dez minutinhos" e você chega quase uma hora atrasado no destino. Ou quando você está esperando na fila do Playcenter, e depois de quase 4 horas você só ficou dez minutos aguardando... Não adianta espernear, processar alguém, ameaçar de morte, dar chilique, dizer que é injusto. Sim, é injusto. E você não pode fazer nada a respeito. O negócio, diria a ex-prefeita, ministra do turismo e perua socialite nas horas vagas: "relaxa e goza", meu guri. Aproveita a fila do Playcenter pra botar as piadinhas em dia, aproveita que perdeu o ônibus e compra umas palavras cruzadas pra fazer, aproveita que você já se atrasou meia hora e se atrasa uma hora inteira, pra arredondar... Pense sempre com o copo meio cheio!
E dê um jeito de aproveitar esse lapso do tempo. Veja, por exemplo, você na aula chata. Aproveita que o tempo demooooora pra passar e faça alguma lição de casa! Se o tempo demorar a passar, você terá tempo o suficiente para fazer o exercício. E se ele, sabendo que você precisa de bastante tempo pra fazer o exercício, resolve ir rápido, melhor ainda: a aula termina mais rápida!
Sempre tem um jeitinho brasileiro pra essa vida. Até quando é uma lei física inexorável pensada por um alemão CDF. Esse país tem futuro, meu bom leitor. Ou não, vai que o tempo demooooora a passar até o futuro... :P
E eu não posso terminar esse post sem dizer a máxima: "A duração de um minuto é muito relativa. Depende de que lado da porta do banheiro você está".
E, por favor, me perdoem pela demora. Vou me esforçar mais para manter o blog sempre em dia. Até a próxima postagem, galera! Até Outubro! Obrigado pela preferência!
Ouvindo:
Everybody's Changing
Keane
Hopes and Fears (2004)