PÁRA TUDO!
Post Comemorativo #50!
Uaaah! Alegria, alegria! Finalmente chegamos no número 50! Um viva ao Inominativo, senhores, por favor. Yippie! Yippie! Hooray! \o/
Isso não quer dizer, entretanto, que o post será bom. Sinto muito. Será tão razoável, quiçá pior, do que os outro 49 anteriormente postados. Eu vou tentar meu melhor, mas do jeito que vocês andam metidos... :D
Pois bem. Estava eu em minhas andanças pela Paulicéia Desvairada. Dessa vez, o meu objetivo era ir ao glamouroso Morumbi Shopping, adquirir um novo chip GSM da operadora TIM, Telecom Italia Mobile, para meu telefone móvel. No dia anterior a este, meu telefone me foi subtraído, de modo que precisava recuperar meu número de telefone e, pra isso, precisava de um chip virgem. E o local mais próximo pra mim é o Morumbi Shopping, o qual já mencionei. Pois bem, lá estava. Problemas metropolitanos de sempre ocorrem em horas dessas: filas imensas, o sistema caiu, aguarde um pouquinho, desculpe, esse caixa não faz essa operação, o sistema caiu de novo... Típico. Eu decidi sair da loja e ir ao McDonalds mais próximo para repor minhas energias. E foi no meio da minha ambulância pelo mall paulistano que me ative na idéia que agora lhes exponho:
Movimento Viva o Gordinho
Pela Felicidade das Pessoas Não-Atléticas
Quem vive no século XXI, como o autor que lhes escreve, já deve ter notado, mesmo que sem querer, como virou moda ser atlético. Atualmente, as pessoas (de classe média, devo ressalvar) têm dedicado boa parte de sua vivência mundana ao culto à beleza. "Ficarmos belos, ficarmos fortes, ficarmos saudáveis!", e outros mantras como estes, são entoados enquanto os exemplares da mais bem-sucedida espécie viva - a raça humana - se mutilam e se martirizam para se sentirem melhores para eles mesmos e, é óbvio, para o resto do mundo. Corra trinta minutos! Pedale uma hora! Ande até o trabalho! Faça canoagem para atravessar um rio! Seja atlético!
Sim, sim, tudo isso é muito bonito, muito enaltecedor, muito magnânimo. Viver bem faz com que aumentemos nossa esperança de vida e, salvo uma ocorrência indesejável, possamos alcançar idades que tenham três ou mais algarismos. Romântico. Realmente louvável. O que me chama a atenção é que existem os que se dedicam com extrema dedicação a isso, e fazem disso uma nova religião. Uma daquelas bem chatas.
E quando eu uso a palavra religião, não estou sendo exagerado. Você já teve algum tarado por atletismo na sua família ou círculo social? Não vale ser o tio que decidiu perder a barriga e caminha todas as manhãs, quando ele não está com preguiça. Não, estou falando do primo chatão, que te visita em um domingo à tarde vestido com aquelas bermudas veadinhas, camisas regatas veadinhas e um tênis com umas listras veadinhas e, com a maior cara de veadinho, te chama para caminhar com ele. Oras, está escrito na Constituição da República Federativa do Brasil (Pátria amada, idolatrada, salve salve) que domingos são dias de vadiagem! Eu quero passar a tarde de domingo vendo filme! Vendo futebol! Dormindo, cazzo! Pra quê diabos eu vou vestir essas roupas de mau gosto (e caríssimas, ainda por cima) e sair me esfolando ainda mais, quando eu faço isso de graça no meio da semana, estudando/trabalhando? Ah, tudo bem, sair um pouco, ver o sol, paquerar a mulherada, respirar ar puro... Mas eu faço tudo isso no ponto de ônibus, estou muito feliz assim, obrigado.
Infelizmente, assim como você não consegue fazer um evangélico ver que você é feliz sem acreditar na Igreja dele, você não consegue fazer um atlético ver que você é feliz sendo... sedentário! Nós vivemos na época do "viva feliz a todo custo". Sabe, conceitos de democracia, cada um na sua, a opinião de todo mundo vale... Mas não, que mané democracia, um religioso fanático não curte democracia, acha que o inferno são os outros. E lá vem ele com a ladainha dele... Antigamente, nos séculos antecessores deste nosso, as ladainhas eram a salvação da sua alma mediante Deus, o Mano que Manda. Você tinha que se arrepender do fundo do coração por ter nascido um ser humano cheio de pecados, e viver sob pesada penitência, porque só se fod... eeerm, só se ferrando aqui você alcançaria o Paraíso. Ou quase isso.
Na nossa contemporaneidade, alguns elitizados membros da sociedade acharam que religião é coisa de pobre. E lançaram uma moda que não é todo mundo que pode comprar - a religião do corpo! E a ladainha é mais ou menos parecida. Mudam os nomes, mantêm-se os conceitos: a salvação do seu corpo mediante a Dieta, a Mina que Regula a Comida. Você tem que se arrepender do fundo do coração por ter nascido com fome, e viver sob pesada penitência, porque só se ferrando que você alcança o Paraíso. E, por Paraíso, entendemos um conjunto de idéias bonitas, como um parque modelo europeu bastante bonito e verdejante, cheio de atletas bem-encorpados e sorridentes, que comem comidas feitas sob medidas, que usam roupas especiais, que fazem coisas mágicas, que os tornem ainda mais belos, magros e felizes.
Erguemos até nossas igrejas de adoração ao novo deus: as academias fazem propagandas nababescas, com lindíssimas modelos em posições nada tendenciosas, mostrando seus seios redondos e fartos e seus traseiros empinados e fofinhos. Para os homens, diz, claramente: "faça Academia, e leve quantas dessas você quiser para a cama!", e para as mulheres, a frase é outra: "fique gostosa como eu e faça as outras mulheres morrer de inveja e os homens, de tesão!". Tudo isso, em uma foto. E no novo templo da religião, o padre entoa cânticos de estímulo, como "pedala!", "isso!", "mais vontade!", "você consegue!", no mesmo ritmo daqueles mantras entoados pelos executivos para fazer da empresa deles uma empresa diferenciada. Aqui, é interessante notar que o mesmo executivo que fala isso em uma empresa é o atleta que está ouvindo isso na academia. Geração Vinte-e-Um!
Bom, acho que já deu pra entender a idéia. E o que toda a minha história com o Morumbi Shopping, lá do começo, tem a ver com isso? É que, se você não sabe, o shopping em questão é um shopping de, digamos, classe média alta. Eu estou nivelando por baixo a classe média brasileira, e considerando como classe média qualquer um que possa freqüentar um shopping, mesmo que seja para ir ao cinema uma vez ao mês. Então o Morumbi Shopping está um pouco acima desse nível.
Como lá o público-alvo é bem diferenciado, as lojas são dedicadas a esse público-alvo diferenciado! As livrarias dão elevado destaque aos livros de auto-ajuda ("O Monge e o Executivo", "Como Ser um Gerente de Sucesso", "O Segredo", e essa masturbação cerebral toda). As lojas de roupas sociais são bastantes bonitas e clássicas, com exemplares de ternos e gravatas muito bonitos e caros. E, é claro, as lojas de roupas que não estão vendendo ternos e gravatas estão vendendo roupas para esportistas. Uma graúda loja erguida pela Nike, cujo nome chamou minha atenção (NikeSãoPaulo), acabou por frustrar-me, porque só tinha roupas para atletas. Camisetas para corrida, para jogging, pra tênis, pra basquete, e se bobear até para o famigerado badminton. Mas não vi nenhum tipo de camiseta mais regular ou camisa de futebol, que é o que o pobre gosta. Não só vi camisetas, como vi também tênis para corridas, munhequeiras, faixas para a testa... Vi-me, ainda, obrigado a fugir em rápidas passadas, antes que um atendente me visse.
Outras lojas tinham conceitos parecidos. Algumas eram ainda piores, e vendiam, além de roupas, trecos como squeezes para pôr água, relógios que medem até o índice de incidência solar em Júpiter, tamanha a tecnologia, trecos de GPS, trecos que contam seus passos, trecos que acendem isqueiros de um buraco escondido, uma barraca para camping... Claro, todo atleta que se preza vai fazer camping, pegar uma trilha, fazer um rappel e uma canoagem. Para mostrar que é atlético o suficiente para vencer a natureza.
E tudo isso pra quê? Eu lhes digo: humilhação. Mostrar ao não-atlético que ser atlético é o melhor, é o desejado, é o máximo. E os amigos gordinhos, que não nasceram para ser atletas e esquivam as aulas de Educação Física desde muito cedo (como, digamos, eu :D), são execrados pela sociedade, postos de lado, são motivo de vergonha pra família. Claro, como se eu já não fosse suficiente aberração, ainda sou odiado por preferir comer uma travessa de batata-frita e jogar Super Mario World a tarde toda do que colocar um tênis e ir desbravar a mata virgem, cheia de insetos e galhos que te fazem tropeçar.
Os atletas, chatões, enchem o saco, dizem que é pro seu bem, que você vai pegar um monte de mulheres, que vai fazer sucesso, que vai viver feliz, vai ficar rico, vai se sentir melhor. Mas e se eu não quiser tudo isso? E se eu for feliz sendo sedentário? E se eu gostar mesmo mesmo do conforto da metrópole? Televisão, internê, escada rolante, elevador? Eu sou feliz tendo minha simpática pancinha (ela balança! \o/) e buscando minha riqueza espiritual e material por outros meios, muito menos sangrentos e penosos. Eu posso ser feliz sendo gordinho!
Até as mulheres podem ser sedentárias, por que não? Hei de concordar com quem lembrar que mulheres sofrem beeeem mais, uma vez que precisam estar em forma, senão não pegam nem nerd necessitado. Imposição cultural, resquício do mundo machista, blá blá blá (nunca fui muito ligado a essas bandeiras de reclamações; eu sou conservador e meio anti-revolucionário). Vocês também podem ser felizes! Pra que um corpinho esbelto, que pode ser medido em centímetros? Pra que cinturinha fina, pra que seios no lugar? Pra que tudo isso se você pode arranjar um marido míope? ==b
Agora, se o seu motivo de vida, minha amiga leitora, não é se casar com um cara rico e bonito somente pelo prazer do dinheiro, anime-se. E viva a sua vida em paz. Não precisa se render ao macarrão de soja, ao bolinho de grama verde, ao suco de cenoura com clorofila, não precisa comprar roupinhas elásticas que você sabe que não vão caber assim que você comer uma batatinha frita. Seja um pouco relaxada, seja um pouco relapsa. Seja uma gordinha de espírito.
E venha você também para o Movimento Viva o Gordinho. Eu também tenho o direito de ser feliz. =D
Receio que tenha escrevido demais. Mas eu tinha muita coisa pra escrever, e queria concluir o raciocínio em um só post. Se você, entretanto, discorda de mim e acha que o modo atlético de ser é o máximo, bem, lembre-se de nunca comentar isso comigo. Eu abomino isso. Me deixe em paz. ^^
E já que falamos no post passado em Império Romano, estou juntando minhas moedas para comprar o novo WAR Império Romano. Aceitarei desafios assim que eu adquirir um. Deve ser sanguinário. \o/
Um beijo, macacada. Viva o post #50!
Ouvindo:
Killer
Boy Kill Boy
Civilian (2006)
Post Comemorativo #50!
Uaaah! Alegria, alegria! Finalmente chegamos no número 50! Um viva ao Inominativo, senhores, por favor. Yippie! Yippie! Hooray! \o/
Isso não quer dizer, entretanto, que o post será bom. Sinto muito. Será tão razoável, quiçá pior, do que os outro 49 anteriormente postados. Eu vou tentar meu melhor, mas do jeito que vocês andam metidos... :D
Pois bem. Estava eu em minhas andanças pela Paulicéia Desvairada. Dessa vez, o meu objetivo era ir ao glamouroso Morumbi Shopping, adquirir um novo chip GSM da operadora TIM, Telecom Italia Mobile, para meu telefone móvel. No dia anterior a este, meu telefone me foi subtraído, de modo que precisava recuperar meu número de telefone e, pra isso, precisava de um chip virgem. E o local mais próximo pra mim é o Morumbi Shopping, o qual já mencionei. Pois bem, lá estava. Problemas metropolitanos de sempre ocorrem em horas dessas: filas imensas, o sistema caiu, aguarde um pouquinho, desculpe, esse caixa não faz essa operação, o sistema caiu de novo... Típico. Eu decidi sair da loja e ir ao McDonalds mais próximo para repor minhas energias. E foi no meio da minha ambulância pelo mall paulistano que me ative na idéia que agora lhes exponho:
Movimento Viva o Gordinho
Pela Felicidade das Pessoas Não-Atléticas
Quem vive no século XXI, como o autor que lhes escreve, já deve ter notado, mesmo que sem querer, como virou moda ser atlético. Atualmente, as pessoas (de classe média, devo ressalvar) têm dedicado boa parte de sua vivência mundana ao culto à beleza. "Ficarmos belos, ficarmos fortes, ficarmos saudáveis!", e outros mantras como estes, são entoados enquanto os exemplares da mais bem-sucedida espécie viva - a raça humana - se mutilam e se martirizam para se sentirem melhores para eles mesmos e, é óbvio, para o resto do mundo. Corra trinta minutos! Pedale uma hora! Ande até o trabalho! Faça canoagem para atravessar um rio! Seja atlético!
Sim, sim, tudo isso é muito bonito, muito enaltecedor, muito magnânimo. Viver bem faz com que aumentemos nossa esperança de vida e, salvo uma ocorrência indesejável, possamos alcançar idades que tenham três ou mais algarismos. Romântico. Realmente louvável. O que me chama a atenção é que existem os que se dedicam com extrema dedicação a isso, e fazem disso uma nova religião. Uma daquelas bem chatas.
E quando eu uso a palavra religião, não estou sendo exagerado. Você já teve algum tarado por atletismo na sua família ou círculo social? Não vale ser o tio que decidiu perder a barriga e caminha todas as manhãs, quando ele não está com preguiça. Não, estou falando do primo chatão, que te visita em um domingo à tarde vestido com aquelas bermudas veadinhas, camisas regatas veadinhas e um tênis com umas listras veadinhas e, com a maior cara de veadinho, te chama para caminhar com ele. Oras, está escrito na Constituição da República Federativa do Brasil (Pátria amada, idolatrada, salve salve) que domingos são dias de vadiagem! Eu quero passar a tarde de domingo vendo filme! Vendo futebol! Dormindo, cazzo! Pra quê diabos eu vou vestir essas roupas de mau gosto (e caríssimas, ainda por cima) e sair me esfolando ainda mais, quando eu faço isso de graça no meio da semana, estudando/trabalhando? Ah, tudo bem, sair um pouco, ver o sol, paquerar a mulherada, respirar ar puro... Mas eu faço tudo isso no ponto de ônibus, estou muito feliz assim, obrigado.
Infelizmente, assim como você não consegue fazer um evangélico ver que você é feliz sem acreditar na Igreja dele, você não consegue fazer um atlético ver que você é feliz sendo... sedentário! Nós vivemos na época do "viva feliz a todo custo". Sabe, conceitos de democracia, cada um na sua, a opinião de todo mundo vale... Mas não, que mané democracia, um religioso fanático não curte democracia, acha que o inferno são os outros. E lá vem ele com a ladainha dele... Antigamente, nos séculos antecessores deste nosso, as ladainhas eram a salvação da sua alma mediante Deus, o Mano que Manda. Você tinha que se arrepender do fundo do coração por ter nascido um ser humano cheio de pecados, e viver sob pesada penitência, porque só se fod... eeerm, só se ferrando aqui você alcançaria o Paraíso. Ou quase isso.
Na nossa contemporaneidade, alguns elitizados membros da sociedade acharam que religião é coisa de pobre. E lançaram uma moda que não é todo mundo que pode comprar - a religião do corpo! E a ladainha é mais ou menos parecida. Mudam os nomes, mantêm-se os conceitos: a salvação do seu corpo mediante a Dieta, a Mina que Regula a Comida. Você tem que se arrepender do fundo do coração por ter nascido com fome, e viver sob pesada penitência, porque só se ferrando que você alcança o Paraíso. E, por Paraíso, entendemos um conjunto de idéias bonitas, como um parque modelo europeu bastante bonito e verdejante, cheio de atletas bem-encorpados e sorridentes, que comem comidas feitas sob medidas, que usam roupas especiais, que fazem coisas mágicas, que os tornem ainda mais belos, magros e felizes.
Erguemos até nossas igrejas de adoração ao novo deus: as academias fazem propagandas nababescas, com lindíssimas modelos em posições nada tendenciosas, mostrando seus seios redondos e fartos e seus traseiros empinados e fofinhos. Para os homens, diz, claramente: "faça Academia, e leve quantas dessas você quiser para a cama!", e para as mulheres, a frase é outra: "fique gostosa como eu e faça as outras mulheres morrer de inveja e os homens, de tesão!". Tudo isso, em uma foto. E no novo templo da religião, o padre entoa cânticos de estímulo, como "pedala!", "isso!", "mais vontade!", "você consegue!", no mesmo ritmo daqueles mantras entoados pelos executivos para fazer da empresa deles uma empresa diferenciada. Aqui, é interessante notar que o mesmo executivo que fala isso em uma empresa é o atleta que está ouvindo isso na academia. Geração Vinte-e-Um!
Bom, acho que já deu pra entender a idéia. E o que toda a minha história com o Morumbi Shopping, lá do começo, tem a ver com isso? É que, se você não sabe, o shopping em questão é um shopping de, digamos, classe média alta. Eu estou nivelando por baixo a classe média brasileira, e considerando como classe média qualquer um que possa freqüentar um shopping, mesmo que seja para ir ao cinema uma vez ao mês. Então o Morumbi Shopping está um pouco acima desse nível.
Como lá o público-alvo é bem diferenciado, as lojas são dedicadas a esse público-alvo diferenciado! As livrarias dão elevado destaque aos livros de auto-ajuda ("O Monge e o Executivo", "Como Ser um Gerente de Sucesso", "O Segredo", e essa masturbação cerebral toda). As lojas de roupas sociais são bastantes bonitas e clássicas, com exemplares de ternos e gravatas muito bonitos e caros. E, é claro, as lojas de roupas que não estão vendendo ternos e gravatas estão vendendo roupas para esportistas. Uma graúda loja erguida pela Nike, cujo nome chamou minha atenção (NikeSãoPaulo), acabou por frustrar-me, porque só tinha roupas para atletas. Camisetas para corrida, para jogging, pra tênis, pra basquete, e se bobear até para o famigerado badminton. Mas não vi nenhum tipo de camiseta mais regular ou camisa de futebol, que é o que o pobre gosta. Não só vi camisetas, como vi também tênis para corridas, munhequeiras, faixas para a testa... Vi-me, ainda, obrigado a fugir em rápidas passadas, antes que um atendente me visse.
Outras lojas tinham conceitos parecidos. Algumas eram ainda piores, e vendiam, além de roupas, trecos como squeezes para pôr água, relógios que medem até o índice de incidência solar em Júpiter, tamanha a tecnologia, trecos de GPS, trecos que contam seus passos, trecos que acendem isqueiros de um buraco escondido, uma barraca para camping... Claro, todo atleta que se preza vai fazer camping, pegar uma trilha, fazer um rappel e uma canoagem. Para mostrar que é atlético o suficiente para vencer a natureza.
E tudo isso pra quê? Eu lhes digo: humilhação. Mostrar ao não-atlético que ser atlético é o melhor, é o desejado, é o máximo. E os amigos gordinhos, que não nasceram para ser atletas e esquivam as aulas de Educação Física desde muito cedo (como, digamos, eu :D), são execrados pela sociedade, postos de lado, são motivo de vergonha pra família. Claro, como se eu já não fosse suficiente aberração, ainda sou odiado por preferir comer uma travessa de batata-frita e jogar Super Mario World a tarde toda do que colocar um tênis e ir desbravar a mata virgem, cheia de insetos e galhos que te fazem tropeçar.
Os atletas, chatões, enchem o saco, dizem que é pro seu bem, que você vai pegar um monte de mulheres, que vai fazer sucesso, que vai viver feliz, vai ficar rico, vai se sentir melhor. Mas e se eu não quiser tudo isso? E se eu for feliz sendo sedentário? E se eu gostar mesmo mesmo do conforto da metrópole? Televisão, internê, escada rolante, elevador? Eu sou feliz tendo minha simpática pancinha (ela balança! \o/) e buscando minha riqueza espiritual e material por outros meios, muito menos sangrentos e penosos. Eu posso ser feliz sendo gordinho!
Até as mulheres podem ser sedentárias, por que não? Hei de concordar com quem lembrar que mulheres sofrem beeeem mais, uma vez que precisam estar em forma, senão não pegam nem nerd necessitado. Imposição cultural, resquício do mundo machista, blá blá blá (nunca fui muito ligado a essas bandeiras de reclamações; eu sou conservador e meio anti-revolucionário). Vocês também podem ser felizes! Pra que um corpinho esbelto, que pode ser medido em centímetros? Pra que cinturinha fina, pra que seios no lugar? Pra que tudo isso se você pode arranjar um marido míope? ==b
Agora, se o seu motivo de vida, minha amiga leitora, não é se casar com um cara rico e bonito somente pelo prazer do dinheiro, anime-se. E viva a sua vida em paz. Não precisa se render ao macarrão de soja, ao bolinho de grama verde, ao suco de cenoura com clorofila, não precisa comprar roupinhas elásticas que você sabe que não vão caber assim que você comer uma batatinha frita. Seja um pouco relaxada, seja um pouco relapsa. Seja uma gordinha de espírito.
E venha você também para o Movimento Viva o Gordinho. Eu também tenho o direito de ser feliz. =D
Receio que tenha escrevido demais. Mas eu tinha muita coisa pra escrever, e queria concluir o raciocínio em um só post. Se você, entretanto, discorda de mim e acha que o modo atlético de ser é o máximo, bem, lembre-se de nunca comentar isso comigo. Eu abomino isso. Me deixe em paz. ^^
E já que falamos no post passado em Império Romano, estou juntando minhas moedas para comprar o novo WAR Império Romano. Aceitarei desafios assim que eu adquirir um. Deve ser sanguinário. \o/
Um beijo, macacada. Viva o post #50!
Ouvindo:
Killer
Boy Kill Boy
Civilian (2006)
3 comentários:
lol, muito bom mesmo os últimos textos, principalmente este último (q tecnicamente, eu estou comentando xD). Parabéns pelo post #50, quantos tinha no mal do século? Eu tô chegando no #200 no SacoQuaseCheio, mas vamos ver se eu sobrevivo xD. Abraços amigo, té mais o/
Sensacional, Rafa. Devo aqui fazer um adendo ao seu texto: esqueceu-se dos muito magros. Dos paus-de-virar-tripa. É essa a minha categoria. Estamos na luta contra o preconceito e em defesa de um mundo de igualdade para os diferentes. Viva os gordos e os magros! Abaixo esbeltos totalitários e opressores!
Um grande abraço, EXCELENTE texto!
Huahua, axo q vou ter q concordar com esse anderson... =P
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