domingo, 27 de janeiro de 2008

O Complô Feminino pela Dominação Mundial

Olá de novo, gente! Bom estar de volta aqui!

É, eu sei, estou mais do que atrasado. Deve ter sido um recorde, este. Eu estou envergonhado, e peço desculpas. Mas não vou me demorar em inventar uma desculpa razoável, porque eu estou ficando cada vez pior em criar boas desculpas. Quando eu era criança, eu era sublime. Envelheci, though. Isso acontece.

Sem boiolices, vamos mais uma vez deixar a salada de lado e atacar o prato principal. Tá na mesa, pessoal!

O Complô Feminino pela Dominação Mundial

Quando a sociedade começou a se civilizar de vez, pouco depois da famosa Revolução Industrial, o mundo deu uma enveadada lascada. Quer dizer, até antes das máquinas resolverem trabalhar pelos humanos, a nossa raça sapiens sapiens vivia muito masculinamente. Os camponeses aravam terras, cuidavam de bois e porcos e galinhas, e eles ainda tinham que aprender a manejar uma arma, porque ninguém nunca sabia quando seu país seria invadido naquela época. A Europa era um continente em constante TPM, sabe?
Acontece que sempre tem um viadinho que estraga o mundo da masculinidade. Dessa vez, esse reino da testosterona e da exibição muscular foi traído por ninguém menos do que a Inglaterra, um dos países com maior concentração de homossexuais por metro quadrado (sad, but true). Os ingleses achavam que esse machismo era algo completamente irracional e animal, e eles decidiram, então, feminilizar o país deles. Inventaram as máquinas que desfiavam o algodão sozinhas, e que moíam o trigo sozinhas, e que carregavam enormes carros de trens totalmente sozinhas. E enquanto a máquina trabalhava sozinha, os nossos amigos lordes, já completamente enveadados, podiam jogar críquete, caçar raposas e discutir sobre sua mais nova luva de pelica, comprada na famosa loja de tecidos Smith & Smithsons, em Soho. Uma completa homossexualidade reprimida. É de dar pena. =/

Este post não é, entretanto, pra ofender a homossexualidade britânica. Primeiro, porque isso dá cadeia e eu não pretendo viver meus anos atrás das grades. Segundo, porque eu não tenho nada contra homos. Acho que eles são muito legais, porque um homossexual é um cara que nunca vai dar em cima da sua namorada - um amigão.
Este post falava da civilização depois da Era Industrial. Os sapiens sapiens agora são seres urbanos, que vivem em casas de alvenaria e dirigem automóveis. E, ah, eles não precisam colher nada da terra pra comer: os humanos ensinaram as máquinas a plantar, e eles compram as coisas do supermercado prontas, já feitas. A parte masculina do trabalho já estava feita. Só faltava a parte feminina, que era cozinhar e servir. É aqui que o bagulho acontece, guris. Notem os senhores, por favor, a relação que se forma nas entrelinhas da sociedade - pouco a pouco, tooooda a divisão de trabalhos estabelecida entre homens e mulheres por séculos e séculos e séculos (isto é, o homem caça e mata, a mulher prepara) estava se desequilibrando! De repente, a parte do homem masculino não era mais feita por ele mas, sim, por uma máquina! O homem não era mais necessário pra essa sociedade industrial!
Já que os homens não faziam mais a parte que lhes cabia, eles se dedicaram então em gerenciar as máquinas que faziam o que lhes cabiam. Eles iam pras fábricas e pras empresas continuar a ganhar o salário deles, como se eles fossem pra lavoura, com a notável diferença que eles não eram masculinos o suficiente em um escritório comercial em algum lugar no centro de Londres. No máximo, eles podiam ofender a mãe do outro em uma discussão de trânsito, e só. Muito deprimente, em minha opinião. E a masculinidade começa, lentamente, a se atrofiar.
A mulher, enquanto isso, continua sendo mulher. Sendo valorizada como o pilar doméstico da casa, que dá liga, que maneja as coisas, que compra a comida e que prepara ela toda noite. Em nenhum dia na história da humanidade uma mulher precisou deixar de ser mulher - claro, desconsidere as cantoras de MPB dos anos 80 - e elas puderam produzir seus hormônios lentamente, através dos século. E digo-lhes mais! A partir da Revolução Industrial, as mulheres passaram a ter direitos iguais, conseguiram eleger e serem eleitas, conseguiram reconhecimento em pesquisas científicas, conseguiram ser imperadoras e rainhas. Aliás, a mais notável imperadora da história deste glóbulo azul-aguado em que vivemos é a Rainha Vitória, líder da própria Inglaterra. Coincidência, não?

O que estou tentando fazer com que os senhores vejam, senhores, é que existe algo muito esquisito por trás dos panos, não acham? Não lhes parecem muito proveitoso que os homens sejam destituídos de todas as suas funções primordiais, enquanto as mulheres continuem sendo quem sempre foram? Não lhe é razoável imaginar que há algo de mal-cheiroso nisso?
Pois eu lhes digo! Há um complô!! Sim, senhores! Tudo isto é um grande e muito bem-arquitetado complô, uma conspiração das cabeludas, que faria os roteiristas de Hollywood morrerem de inveja, que faria os pêlos do mustache de Josif Stalin ficarem em pé, que deixaria a Ditadura Militar embasbacada. Um completo e minucioso complô, armado e arquitetado pelas mulheres, há quase quatrocentos anos, e que vem, ano a ano, dado cada vez mais certo! Qual é o plano, você me pergunta? Mas é clarividente: desmoralizar o homem a tal ponto que ele reconheça, envergonhado, que a mulher é, afinal, o ser superior do planeta.

E como eu percebi? De repente, atentei para um fato bastante peculiar, mas que dividirei com os senhores: já devem ter notado, os que são atentos, que as mulheres têm ligeiros problemas em pequenos afazeres em suas casas, afazeres estes que ainda precisam de homens. Um dos mais notáveis é o ritual de abrir alguma embalagem. Algo como o pote de palmito, que é só dar uma rosqueada que a tampa sai, ou o molho de tomate e o lacre de borrachinha. Até muito recentemente, era muito natural ver as mulheres tentarem e não conseguir, e estas pediam aos seus maridos.
Apesar de ser um fato corriqueiro, cotidiano, os homens se sentiam muito satisfeitos em serem úteis. O sorriso bobo estampado na cara, seguido de diversas piadas machistas, denotavam o fato, deixava claro que eles estavam se sentindo na crista da onda. Hipócritas. No início, essas intrépidas conspiradoras acharam que não era nada demais, mas depois de algumas décadas começou a ficar irritante. Muito irritante. Elas decidiram dar o troco com uma conspiração ainda mais sofisticada. Acompanhe.

Lembremos que o intuito das feministas é humilhar o homem inescrupulosamente, até que ele reconhece que sua existência no Planeta Terra é um erro da natureza, e ele passe o cetro do planeta para a mulher. Sabendo disso, e sabendo que as mulheres levaram 400 anos pra chegar onde estão e, portanto, não vão desistir tão fácil, fica bastante simples deduzir o que vem depois: elas decidem comprar as fábricas de embalagens! Claro! Com a posse da fábrica da maior vilã dos planos feministas, elas podem inventar mecanismos ainda mais diabólicos para se abrir as vasilhas, mecanismos que o homem, naturalmente, não consegue driblar. Elas inventam embalagens que usam o modelo "não é força, é jeito", porque homens só têm força, nunca têm jeito (sacaram o trocadilho?), pra poder humilhar, pisotear, destroçar o homem. E, finalmente, inventaram o abre-fácil, que o autor deste blog (um ser humano masculino, pra quem ainda não sabe) já teve o desprazer de enfrentar. há! Triunfo!

A partir de agora, a masculinidade dará conta sozinha. Um homem tentará abrir um pote, e não conseguirá, e os outros dirão que ele é um veadinho, um frouxo, um mela-cuecas infeliz. E os outros também tentarão. E falharão. E ficarão envergonhados e diminuídos ante o todo-poderoso poder feminino! Porque a mulher continua fazendo o que sabe fazer. E os frouxos homens não conseguem mais. Agora é só uma questão de décadas até o plano feminista lograr seu último resultado. E então, os homens ficarão em casa, imprestáveis, enquanto as mulheres comandam o mundo e dirigem a sociedade. Os homens não farão nada de útil. E as mulheres serão a raça mais importante. É, verdade, as mulheres armaram um plano e tanto. E por todo esse tempo, fizeram os homens acreditar que mandavam em tudo. Hehe, nunca desconfiaram de nada... Eles realmente acharam que comandaram a Revolução Industrial...

E então, os homens ficarão o resto de suas vidas assistindo futebol na TV, jogando vídeo-game e baixando seriado na internet, enquanto as esposas trabalham, cuidam da casa, das crianças, das contas, dos problemas. Os homens sugarão o PIB que as mulheres produzirão. Os homens não trabalharão mais, aqueles imprestáveis, porque as mulheres farão tudo.

Epa? Quem, afinal, levou vantagem nessa história?

"É, Kingston. Parece que as mulheres conseguiram. O plano que elas montaram há 400 anos deu certo. Somos imprestáveis, somos indesejáveis. Elas merecem o mérito."
"Do que está falando, O'Kelley? Plano delas? Claro que quem montou esse plano foi o homem! A gente queria ficar em casa dormindo enquanto a mulher trabalha, mas elas não podiam achar que foi idéia nossa. Senão não daria certo, entende? Agora, me passa a cerveja, o jogo do Arsenal vai recomeçar".

Ouvindo:
There Goes the Fear
Doves
The Last Broadcast (2002)

domingo, 13 de janeiro de 2008

Lidando com Computadores

Gente boa! Como vão os senhores? As senhoritas? Aqueles que são indecisos? Se você for um indeciso emo, desejo que esteja sofrendo muito. Caso contrário, espero que esteja indo bem, como sempre. ^^

O Rafael que vos fala escreve este post preocupado. Os seres humanos, mais do que nunca (ô lôco, meu!) estão estressados e irritados e, no geral, bastante frustrados com peças fundamentais de seu cotidiano moderno do século XXI. E a culpa disso, na maior parte, envolve um computador. Acontece que, como sabemos, não é correto culpar o pobre computador por tudo de errado. Precisamos rever nossos conceitos! Mas como fazer?
Opa! Se estamos falando sobre 'vida moderna', 'raça humana' e 'como fazer', então...

MANUAL MODERNO DO MANO METROPOLITANO
Lidando com Computadores

Há anos atrás, as pessoas viviam sem computadores. Não usavam o MSN pra falar com os parentes distantes, não orkutavam, não tinham fotologs para expor suas bonitas imagens e nem podiam falar bobagens aleatórias na internet. Eram tempos obscuros.
Agora, todos irão concordar que naquela época, a felicidade geral da população era consideravelmente maior. Oras, é só a gente ouvir uma nostálgica conversa do tipo "Na minha época...", para termos certeza, as pessoas eram mais felizes antes, quando os preços eram menores, os políticos honestos e esse blá-blá-blá todo. Mesmo sem as máquinas computadoras e fazedoras de tudo, o mundo era mais contente naquela época!

Entretanto, se a gente pensar bem, é fácil a gente deduzir o porquê. Oras, ninguém se estressava com o computador nos tempos remotos! Não havia o Windows há dois séculos, ou há cinqüenta anos, right? O computador não fazia birra, não dava pau, você não tinha que entrar em uma guerra para acessar a internet, não havia vírus comedores de tudo, não havia formatação do Cê dois pontos! Vejam que interessante paradoxo! Desde que colocamos um computador em nossa sala (ou quarto, ou cozinha, ou banheiro, ou onde mais você goste de colocar seus muitos PCs), descobrimos que computadores estressam a humanidade. Conforme um graduado engenheiro uma vez disse, os computadores nasceram para resolver problemas que antes não existiam. Temos que perder nossa esportividade e nossa razão para lidar com eles, porque máquinas, ao que parece, foram feitos para atrasar a vida humana! Pra atazaná-la! Pra irritá-la! E, o pior, os computadores têm conseguido êxito, até agora.

Mas não é saudável ficar emperreado com o computador não, meu rapaz. Este pequeno guia foi compilado para ajudar a ti, homem ou mulher de paciência escassa, a lidar melhor com estas infelizes armações de silício e plástico. No Stress!

Antes do começo, antes de ligar o computador, antes de sentar na frente dele, comece mudando seu ponto de vista a respeito do PC (ou Mac. Tudo depende do seu poder aquisitivo e de sua preferência de marca; oh, estou divagando de novo). Se você sentar na frente do seu monitor já estressado, pensando que vai ter mais uma sessão de raiva e ódio, você normalmente acerta. É um mistério o porquê, mas parece que computadores sugam a má energia de uma sala, e usam como combustível. Algum engenheiro que era médium e queria pregar peças nos outros, talvez?
Então, bom homem e boa moça, lembre-se, sempre e sempre: trate as máquinas como suas empregadas. A função delas é ajudar vocês, por mais não pareça. Elas não são inimigas, não são espiãs do governo americano, não são templos de adoração ao Capeta. São grandes complexos eletrônicos formados de silício e plástico, e nada mais. O problema com elas é que elas são burras, tadinhas. Certo, elas sabem calcular coisas totalmente inúteis, como a milionésima casa decimal do pi (lembram-se do pi?) mas elas são retardadas com coisas importantes, como, por exemplo, sua pressa em relação a um trabalho escolar. Então seja compreensivo. Lembre-se que, se ela não está fazendo o melhor possível para te ajudar, é porque ela não sabe como te ajudar! Ela só sabe rodar o Windows. E male-male...
Então não desconte sua fúria na pobre tadinha. Ao contrário, ela é sua aliada, sua ferramenta indispensável. É como uma arma pra um caçador. Ou você acha que um bom caçador põe a culpa na arma? É nada, se o caçador errou o tiro, há uma enorme chance do erro ter saído de algum lugar diferente da arma. E não foi a caça, certo?

Se o seu problema não for sua boa vontade em relação ao computador, seu problema pode ser outro: suas finanças. Você deseja que seu computador consiga rodar perfeitamente a última geração do Photoshop e do Corel DRAW!, e descobriu que seu Windows dá problemas até rodando o Paciência, né? Então não existe nenhuma dose de bom-humor que salve seu dia, rapaz. Dessa vez, parece que a solução é o bom e velho capitalismo. Abra o coração (e a carteira), vá até seu centro de compras de produtos eletrônicos mais próximo (o meu, por exemplo, é a Rua Santa Ifigênia, no centro da cidade paulistana) e vá às compras. Mais memória, um HD novo, um processador potente, um teclado que brilha no escuro (afinal, beleza também é fundamental) e outros badulaques de nerdes, que a maior parte da população precisa, mas não entende. Se você comprou tudo certo e instalou tudo devidamente, seu computador deverá estar pronto para enfrentar as dificuldades do envelhecimento digital.
Os problemas que dificultam aqui, mais uma vez, nada têm a ver com o computador mas, sim, com sua condição sócio-econômico-financeira. O que quer dizer que se você for pobre, ou dedicar pouca atenção financeira ao seu computador, você tenderá a passar muito tempo irritado com ele. E se quer saber minha opinião, isso é bem-feito. Agora, se você dedicar uma parte substantiva do seu orçamento à recauchutagem, aí você verá como seus stresses diminuirão.
Por algumas semanas, talvez. Logo logo você se acostuma com a nova velocidade adquirida e vai querer ainda mais velocidade. A raça humana não consegue se enganar, sabe?
É, também ficou implícito que se você for pobre, você estará destinado a ter um computador atrasado. E viverá sucateado e marginalizado na sociedade capitalista digital. A sua saída é ser um comunista esquerdista analógico - isto é, fazendo propagandas anti-capitalistas-digitais com panfletos feitos à mão. Boa sorte. Quem mandou ser pobre? >D

Agora, chegará, às vezes, o inevitável momento em que você se estressará. Ficará nervoso. O sangue subirá ao seu cérebro como o cheiro de um pum de repolho sobe em uma sala. De repente, tudo fica turvo, seus punhos se cerram, e você explode. AAAAAAARRGHHHH!!! Pronto, você ficou nervoso.
Lembre-se, agora: não agrida o computador. Não pense em atacá-lo, em chutá-lo, em mordê-lo, em dar uma chave de braço ou um mata-leão. Desconte em outra coisa. Você tem um irmão menor, não? Expie seus problemas nele! Ou no seu mascote, ou em alguma comida por perto - dar várias mastigadas repetidas em um pedaço de pão costuma ser muito promissor.
Descontar em seu computador sua raiva tem muitas implicações perigosas. A primeira delas é que, muito provavelmente, não vai adiantar. O computador não sabe que está sendo agredido, e a única reação que ele terá ao ser agredido é não ter qualquer reação. Ele continuará fazendo o que quer que ele estava fazendo que te irritou. A não ser, é claro, que você arranje uma marreta, e desça com tudo na torre do computador. Aí, bom, ele não fará mais o que fazia. E não fará mais nada, provavelmente.
Por mais que você não o destrua perpetuamente, você pode danificar o computador. Quebrar o mouse, o teclado, sua webcam, o monitor, you name it. E vai lá você, ogro espertão, gastar mais dinheiro comprando coisas que você já comprou. As empresas de fabrico de peças de computador agradecem imensamente.

Pelo contrário, existem implicações com o esmurro de um computador que transcendem a razão e a lógica, e acho justo comentar. Primeiro, você pode estar considerando uma possível vendeta entre homens e máquinas, e pode acreditar que, eventualmente, máquinas tomarão o poder e escravizarão a raça humana (os irmãos Wachowski que o diga), e você pode decidir agredir o computador enquanto você tem tempo. Ou, talvez, você acredite, no fundo no fundo, que os computadores sabem, sim, que a gente fica irritado, e que eles ajam desse modo só para nos sacanear. É, confesso que tem horas que todo mundo acredita. E você quer penalizá-lo pelo comportamento deliberado. Então nada mais justo que agredi-lo, como punição.
Punições serão, nestes e em quaisquer outros casos, maneiras de mostras a máquina que você tem algo que elas não tem: capacidade de agressão desnecessária. Você é um ser humano, cazzo! É o que você sabe fazer! Ficar nervoso, agredir com murros e urrar! Não negue suas raízes primatas, seu parentesco com gorilas e chimpanzés! Urre! Uh! Uh! Mostre ao computador que ele não passa de um ábaco de madeira bastante frágil, nas mãos de uma criança que não sabe brincar. É um ábaco cheio de badulaques legais, é verdade. Mas é só um ábaco. E você não sabe brincar.

Para concluir, cito Steve "Woz" Wozniak, co-fundador da gigante da indústria digital, a Apple. Disse Wozniak: "Nunca confie em um computador que você não possa jogar pela janela".
O que me faz lembrar do simpático senhor alemão de Hamburg, norte da Alemanha, que jogou seu computador do sétimo andar, depois de ficar realmente revoltado. Chamaram a polícia e tudo, mas o senhor de 71 anos não foi preso. Felizmente, ele não acertou ninguém passando na rua, e pôde sair ileso. Só teve que pagar os danos causados, e recolher os cacos do computador da rua.
Se eu tivesse lançado esse manual antes do ocorrido, é provável que o simpático senhor tivesse aprendido a lição, não ficasse irritado com o seu computador e nunca o jogasse 7 andares abaixo. Mas, ah, a gente tem, no fundo, a certeza de que hoje ele é mais feliz pelo que ele fez.

Então, sei lá, maltrate seu computador, chute-o, amasse-o, esmague-o, incinere-o. Ou não, faça como o sugerido pelo Manual de hoje. Mas lembre-se, sem estresse. Deixe o estresse pra outra hora. Pro horário político, talvez. Especialmente quando você vir a cara do Presidente Lula. :P

Ouvindo:
Clocks
Coldplay
A Rush of Blood to the Head (2002)

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Feliz 2008

Buenas, galera! Começando o amável ano de 2008, mais um ano nos nossos calendários e rotinas, eh? Não é fantástico?
Eu também acho que não. :P

Continuemos nossa saga infindável: achar um tema para postar no meu blog! Aê! Interessante que recentemente parece que não vem nada de aproveitável. Até tive algumas idéias, mas, sei lá, não consegui desenvolvê-las. Seria uma crise? Oh, noes!
Não, nada de crises. Crise é coisa de emo. E eu acho que já clarifiquei - não sou emo, right? Ótimo.
Sem mais atrasos, vamos ao prato principal.

FELIZ 2008
Típico Post de Início de Ano
Com um atraso de uma semana, ele finalmente chega. :D

O ano de 2008 chegou, pessoal! Festa! Felicidade! Torta na Cara!! Cara, sinto saudades do Passa ou Repassa.
Com o ano por aí, é hora de sentar e calcular o que haverá de novo na vida. Tem essa crendice que "ano novo, vida nova" que rola solta, então todo mundo acha que tem a desculpa de poder começar tudo só porque o calendário resetou, só porque estamos em Janeiro, e ainda tem tempo suficiente até Dezembro. É a mesma história do regime que sempre começa na segunda que vem. E você lá, engordando, e come mais um pedaço enorme de pudim, porque segunda que vem é dia de começar um regime. Dos brabos.
Então, porque o ano é novo, a sua atitude vai ser completamente renovada. Vai brigar menos, vai xingar menos, vai ser um estorvo bem menor, vai se dedicar à coleta seletiva do lixo, vai abraçar a causa ambiental, vai votar em um político decente, vai aprender salsa e nunca mais vai mascar chiclete. Se possível, vai tentar acreditar de verdade em Deus e no que o padre fala. Agora vai!

Só não entendo porque o desespero em se rejuvenescer todo ano. Só por que o ano é novo, a mentalidade é nova? Eu troco de cuecas todo dia e nem por isso renovo minhas idéias. Aliás, se você tem acompanhado minha saga de escritor, notará que "renovar" e "idéias" não costumam se juntar quando é algo a meu respeito (e, que fique claro, isso não quer dizer que não troco as cuecas, hein?).
Na verdade, é raríssimo encontrar um cara que realmente consiga mudar as resoluções dele para a vida, o universo e tudo o mais só porque deu meia-noite do dia primeiro de Janeiro. A não ser que o cara ganhe na Mega Sena na primeira semana do ano, ele acabará amolecendo, e vai descobrir que o ano x+1 vai ser no mesmo ritmo do ano x.
Tá, tá bom, tem algumas exceções, é verdade. O cara que passou esse ano no vestibular, com certeza terá rotina alterada. O cara que arranjou um emprego em qualquer lugar da Eurozona também estará com o ano prometendo tremendas mudanças. E assim sucessivamente. Como estes são casos isolados na nossa esfera azulóide, é muito provável que você se encontre como o cara que vos fala: fazendo várias promessas de melhorias para o ano 2008, e descobrindo, em algumas semanas (alguns meses para quem é tapado) que não adianta, rapaz, você é você e não vai mudar.

Mas que fique explícito aqui: não vá deixar de comemorar o ano-novo só por causa disso. Vai, cara! Compre rojões! Compre bebidas! Compre pacotes de turismo e vá pra Guarujá! Compre roupas e sapatos! Movimente a economia!
No fundo, no fundo, é tudo um golpe do capitalismo: fazer da gente feliz pra gente gastar dinheiro e alimentar o monstro capitalista. Sim! É tudo uma maneira do capitalismo pra fazer a gente gastar mais e mais dinheiro, só pra gente ficar feliz. Quem quer ficar feliz, afinal? Queremos mais é que o Capitalismo morra! Mooooorra!!

Bom, falava eu da mentalidade rejuvenescedora, que eu não entendo. Pra que prometer mundos e fundos (uma expressão que eu acho fantástica, embora em desuso) por uma causa perdida? Pra que prometer fazer um regime, se nunca vai sair? Pra que prometer que o Corinthians vai sair da crise? Não, não vai dar certo, não tente enganar os outros. Você é um peso morto, um ameba sem força de vontade que não conseguiria levantar para soltar um pum. Seu bosta.
Agora, acompanhe comigo: você é um bosta, certo? Não tem força de vontade, não tem futuro, não tem jeito. Vai tentar e não vai conseguir. Vai prometer tirar boas notas e não vai dar certo. Vai prometer arranjar um emprego e uma namorada e não vai conseguir. Vai largar a internet e os doces, e vai falhar. Então, pra que tentar? Pra que se esforçar com as resoluções de ano novo? Why bother?
E já que você não vai conseguir abandonar o vídeo-game, mesmo, já que não vai tirar boas notas, abandonar o carteado, deixar de comer chocolate, sugiro que você desista de lutar com você mesmo! Isso aí! Veja, por exemplo, um cara que conheço, que não sou eu e não tem nada a ver comigo, é só um amigo de um amigo meu. Enfim, este amigo de um amigo meu adora video-game. Viciadão mesmo. Há alguns anos atrás, prometeu que ia largar o vício por causa do ano novo. O que aconteceu? O cara não conseguiu, ficou deprimido, chateado, desmotivado, sem vontade de cantar uma bela canção. Pobre dele. Mó fossa, mesmo (fala a verdade, Pammy, não é uma palavra divertida?). Passou um ano em crise, nem conseguiu passar na faculdade. No fim desse ano, não prometeu nada. Prometeu somente que iria trocar as cuecas regularmente.
Mas ele teve uma idéia, no fim de um dos anos: já que ele prometia e não rolava, decidiu prometer algo que ele daria conta! Ele prometeu que iria se esforçar para jogar ainda mais vídeo-game! Agora sim!! Ele prometeu algo que ele tinha certeza que cumpriria! Agora, esse amigo de um amigo, que não tem nada a ver comigo, vive feliz, jogando vídeo-game, com a sensação de dever cumprido e de bem com ele mesmo. Bonita história, não?

Que lição tiramos dessa bonita história? Não faça nenhuma promessa que você não vai cumprir, cabeção. O universo é injusto e joga roubando contra você, então roube você também! Arranje um objetivo bastante fácil e se agarre a ele! Coma doces feito louco! Continue desempregado e sem namorada!Não arranje um amigo! Não abrace a questão ambiental! Lembra-se do WAR? Então, em vez de 24 territórios à sua escolha, pegue um objetido do gênero "Conquistar a Oceania ou a América do Sul, ou somente um dos territórios deste continente". Agora você tem chances grandes de ganhar, certeza.
E se alguém estranhar, lembre-se de repetir: é resolução de ano-novo. Dá azar se você não cumprir. Não diz depois que você não foi avisado. Porque eu avisei. Dá um azar dos infernos :P

Ano que vem vocês me contam como foi. Estarão com menos saúde, menos amigos, menos dinheiro e, no geral, bastante acabados. Mas estarão felizes. O importante é isso! Feliz 2008!

Ouvindo:
Here Comes Your Man
Pixies
Doolitle (1989)