quarta-feira, 25 de abril de 2007

Família

Woot! Animado que estou para mais uma postagem, reabro a Porta do Pandemônio, e posto no Inominativo! Um viva para o Caos!

Eu estava a pensar comigo, e com meus botões que não existem, sobre famílias. Pois é, todos temos uma. Algumas maiores, outras menores, outras que, hoje, resumem-se a somente um único exemplar - refiro-me ao filho pródigo que decidiu viver sozinho em uma cidade grande. Siiiim, nada como uma animada e mui feliz família, onde crianças fazem traquinagens, pais dão broncas, mães passam a mão na cabeça, o tio ensina a fazer bobagens... Ah, o lar brasileiro...

FAMÍLIA
Raio-X de um Lar Comum

Todo mundo conhece os ingredientes: uma casa onde vive um pai, uma mãe e alguns filhos. Claro que, dadas as circunstâncias, pode estar faltando alguns destes, ou alguns destes podem ter em abundância. Daí algumas famílias somam cunhados, tios, avós, e por aí segue. Então eu, o autor, dissecarei um pouco sobre esta feliz convivência - o único agrupamento humano que funciona há mais de 10 mil anos. Ahoy!

A Força Trabalhadora
Ou "quem fornece o dinheiro para a casa"
Este é fácil achar. Normalmente o papel é dividido entre o pai e a mãe, os fundadores da feliz instituição familiar. Trabalhando de sol a sol, os peões vendem o couro que Deus os deu por um punhado de números na conta bancária, no início do mês seguinte. E eles têm de se virar para pagar as contas de Maio em Abril com o salário de Março. São estes mesmos que participam da Diretoria Executiva da casa porque, afinal, quem tem dinheiro, tem poder. Então eles dizem o que pode e não pode ser feito, o que deve e não deve ser feito. Dão argumentos e explicam que há coisas que o dinheiro não pode fazer, como comprar um pônei e um pula-pula pra pôr na garagem. E quando lhes faltam argumentos, replicam com "se você vive na minha casa e come da minha comida, vai seguir as minhas ordens!". Tirania democrática, desde que os macacos pelados abandonaram os galhos.

Os Gasta-Níqueis
Ou "os vagabundos sustentados pelos pais"
Note, por favor, que nesta classificação nem sempre caem somente os filhos. Mas eles formam a vasta maioria. Armados de um estômago e de uma reserva de energia que parecem inesgotáveis, os demônios da Tasmânia aprendem desde muito pequenos as maravilhas do Capitalismo, e usufruem da gostosa posição de demandadores de dinheiro. Então eles comem, precisam ir para a escola, precisam de roupas, e de remédios, e de sapatos...
É claro que não são só as criancinhas que são gasta-níqueis. Eventuais cunhados, irmãos, pais e sogros que usam da sua conta bancária para sobreviver também entram na coletividade. Ainda que com os nossos pais a gente dê uma tolerância - afinal, eles nos alimentaram quando éramos pequenos - cunhados e irmãos não têm folga, não. E se você tem um cunhado/irmão nesta categoria, mande-o trabalhar! Agora!

Os Educadores da Nova Geração
Ou "os adultos chatões"
Favor, não confundam "Nova Geração" com um golpe de marketing para vender um novo produto. Me refiro à nova geração, os filhos de hoje, aqueles que não são a geração da qual os pais fazem parte. Freqüentemente, estes seres são os mesmos de "A Força Trabalhadora". Como eu expliquei, quem tem dinheiro tem poder. E estes senhores têm o poder de moldar seus filhinhos à sua imagem e semelhança, aproveitando ainda para corrigir erros terríveis, como peidar embaixo do cobertor ou coçar o saco na frente de todo mundo. Só não entendo porque eles se esforçam tanto, quando sabem que os filhos não aprenderão nada de importante do que eles estão ensinando...
Seja lá como for, os país tentam ensinar aos filhos coisas importantes, como o valor do dinheiro, da boa educação, do respeito e, muito principalmente, da hierarquia. Este pode ser ilustrado com um "quem manda aqui nesta casa sou eu!!", depois de uma boa sugada de ar para estufar o peito. Coloque depois uns socos no mesmo peito e temos um exemplar de gorila! Que pai que nunca perdeu a calma, tentando convencer o filho que era ele quem estava certo?

Os Des-Educadores da Nova Geração
Ou "os adultos legais"
São os familiares que não tem qualquer tipo de obrigações com a educação dos guris, e enfiam o pé no balde - como os tios, avós e primos mais velhos. Eles ensinam e incitam tudo aquilo que os pais se matam para dizer que é feio fazer. Coisas como ensinar palavrão, mostrar o dedo do meio, dar dinheiro pra comprar doces, ficar contando como se cola em uma prova... Normalmente, aquele tipo de coisa que os filhos gostam de aprender, e que acabam levando para a adolescência deles.
É possível que, mais do que aporrinhadores dos pais, os Des-Educadores tenham uma função social importantíssima: eles mostram para as crianças como é legal ser fora-da-lei! Não que as crianças precisem de incentivo, é claro, mas os Des-Educadores dão o apoio que as crianças precisam, como experiência e lógica para usar da melhor maneira possível esse nosso lado pecador... Hohohoho...

Os Aborrescentes
Ou "os aborrescentes"
Terror para os pais, terror para os tios, terror para os avós, terror para os irmãos mais novos. A geração entre os 12~18 anos (ou 10~21 anos, dependendo do contexto) são os mais amados seres da relação familiares. Nem crianças nem adultos, os Aborrescentes são aqueles que vivem ali, no meio, aborrecendo. Ouvem músicas barulhentas e sem sentido (ou, com somente um sentido - aborrecer). Gastam dinheiro sem dar satisfação - e em níveis terrivelmente superiores aos Gasta-Níqueis - aprendem a beber e a ficarem bêbados e a passarem mal, dão vexame, usam roupas esquisitas, querem colocar aqueles trecos no nariz pra parecerem bois... É, só um adolescente para entender outro. E, às vezes, nem eles se entendem.
Seja lá como for, eles também fazem parte da família, então tem que ter convivência, né? Os pais tentam persuadir os filhos a serem pessoas de bem e trabalhadoras. Lembram do Ensino Médio e da faculdade, e de como é difícil ser alguém na vida se não terminar os estudos. Lembram do filho do vizinho, que era o melhor na turma na Faculdade de Direito, e em como o aborrescente que está levando bronca não consegue tirar nota em Física... É. Fase difícil para quem está vivendo. Fase difícil para quem está convivendo com. Mas depois todo mundo esquece disso =)

Pois é, família. Cachorro, gato, galinha. Nada como conviver com pessoas que você odeia e adora. Pelo resto da sua vida, aliás. Mas é assim mesmo. Você não suporta viver com eles, mas morre de saudades quando não está com eles, não é? É.
Mande um beijo para a sua família =)

Ouvindo:
Parklife
Blur
Parklife (1994)

6 comentários:

Anônimo disse...

Hehe, sempre q leio seus textos imagino sua voz e 'percebo' a entonação das palavras... é engraçado, parece q vc tá falando cmg... daí dá saudades das conversas do tempo de etesp... =P
Té mais.
Bom feriado!
=***

Anônimo disse...

Olha, encontrei este blog por acaso! Posso linkar?

Sobre a família... economista, uma jornalista abordaria de uma forma totalmente diferente... talvez mais interessante (para os jornalistas) rs.

Abraços!

Anônimo disse...

Adorei! Na parte dos Aborrecentes, não é o que acontece aqui em casa, eu e meus irmãos somos maduros, ser aborrecente é coisa pra adolescente sem pensamento próprio ;D
Que não passa pelas dificuldades que a no caso, minha família passou, passa. Maaas, em geral, está perfeito ;D

Rafa, eu te amo! Beeeijos **;

Anônimo disse...

oi/o/
um beiojo pra sua familia rafa...
amei o txto
se devia escrever um livro!!!!
hahuaua
bjukiss

Mari

Anônimo disse...

Raafaa :D
joia? ^^

lindoo o texto \õ/
a familia e mesmo muito importante ne? ;D
parabens pelo texto ^O^

Bejo ;*

Anônimo disse...

hey!
fazia tempo que eu nao passava aqui

texto mto bom pra varia

beeijos