Gente querida! Fico feliz em saber que vocês estão bem, afinal. Estou bastante chocado com a catástrofe que aconteceu aqui em Paulópolis.
Aviação civil é um negócio muito ingrato. Todos sabem dos perigos graves de um vôo e, então, sentam, e gastam milhões - quiçá, bilhões - de dólares para criar sistemas de seguranças. E sabe o que é fantástico? Os sistemas funcionam. Voar de avião, estatística e proporcionalmente falando, é a maneira mais segura de se viajar no Brasil. Em relação ao número de pessoas que voam, ao número de quilômetros percorridos e ao número de acidentes ocorridos, o avião vence, fácil fácil, o automóvel, o ônibus e, se bobear, até a esticada de canela nas ruas.
O problema é que, como qualquer momento em nossa breve vida, voar de avião nos expõe à sorte. Podemos sofrer um acidente fatal em qualquer lugar. Em um ônibus, em uma piscina, em uma chuveirada, no meio do mato. E um avião, apesar de todos os procedimentos de segurança e de toda a tecnologia made in Século XXI, ainda pode sofrer acidentes. E sofre.
Só que quando sofre, a repercussão é muito maior. É uma coisa saber que duzentas pessoas morreram na cidade de São Paulo vítimas de acidentes de automóveis. Carros batem a toda hora. E é tão corriqueiro que essa notícia perde o "fator notícia". Não é mais novo. Mas um avião de várias toneladas de aço matando as mesmas duzentas pessoas, ah, sim, faz um barulhão. Não é sempre que aviões caem. Eles quase nunca caem e, quando caem, é por um conjunto tão improvável de eventos acontecendo juntos que chega a ser impressionante. Usualmente, quando um dos sistemas de segurança falha, existem outros três de back-up para salvar as duzentas pessoas no vôo. Claro, existem sistemas de seguranças para proteger as duzentas pessoas nos carros, mas, no vôo, é bem mais fácil controlar o problema.
O problema é quando o problema não é contornado. Quando alguns sistemas falham, os outros não são acionados a tempo e os eventos externos são totalmente contrários. Ao mesmo tempo. E um avião derrapa em uma pista encharcada pela chuva torrencial fora de época porque o vôo vinha com uma velocidade muito grande, graças a um problema no sistema de freio dos flaps das asas. O avião encontra (parece pirraça de alguém) um prédio com a logomarca da empresa aérea do outro lado da enorme avenida movimentada e, ao lado, um inocente posto de gasolina.
Quando essa merda acontece, tudo ao mesmo tempo, morrem as duzentas pessoas. Mas aqui é novidade, porque, puta merda, estamos falando de um Airbus de várias toneladas de aço e borracha e plástico! Com pessoas importantes dentro do vôo! Uma mulher grávida! Um deputado! Uma filha em viagem! Um pai de família! A população fica chocada, demanda respostas. E, por favor, não me entendam mal, não estou sendo irônico - o mínimo que devemos fazer, como pagadores de impostos, é exigir que alguém, em nome de Deus!!, bata no peito e diga "EU vou investigar o que aconteceu e EU vou evitar que outra merda desta proporção aconteça de novo". O caso é que NINGUÉM FAZ NADA!!
Há dez meses atrás, um Boeing caiu no meio da Selva Amazônica, no que foi premiado com o título de "pior catástrofe aérea da história da aviação brasileira". Ainda especula-se, de Brasília a Washington, quem desligou que aparelhos, se os culpados foram os pobres brasileiros, mal informados, ou os pobres americanos, mal informados. Agora, já foi provado que a causa foi um ponto cego no sistema de vigilância aérea. E que é possível que isso tenha acontecido porque os controladores de vôo estejam sobrecarregados, ou estejam trabalhando pouco, depende do lado da história que você prefira ver.
Alguém foi punido? Não. Alguma coisa aconteceu? Não. Ah, mentira, aconteceu, sim. O Lula deve ter falado que "nunca antes na história deste país..." e terminou com alguma coisa realmente louvável que ele tenha feito, e que não era mais do que obrigação dele. Algum ministro de alguma coisa deve ter falado que alguma CPI de algum nome prolixo foi instaurado, e "as causas estão sendo investigadas". Ah, a sensação de que nossas competentes autoridades estão trabalhando é mesmo acalmante...
Nos meses seguintes, quando tudo isso caiu na pizza a que estamos acostumados, a ex-prefeita da capital paulista - e a cidade que mais consome pizza na América Latina - e atual ministra do Turismo, cujo nome não escrevo por profundo nojo - pede ao povo para que "relaxem e gozem". Afinal de contas, voar de avião nesta pocilga a que estamos sujeitos deve doer no início, mais depois você dá risada das piadas. E é a única coisa que podemos fazer para manter nosso louvável bom-humor brasileiro.
Enfim. Passaram-se dez meses, desde a maior catástrofe. E nada mudou. Alguns manés foram demitidos para que o povo veja que providências serão tomadas (sim, somos idiotas, senhores governantes, acreditamos que vocês estão trabalhando vinte quatro horas por dia), alguns ministros falaram coisas bonitas, outros falaram verdadeiras babaquices para os repórteres com o microfone da Globo. Os líderes da Infraero, empresa que cuida da estrutura aérea dessa nação coitada, diziam, nas vésperas do acidente, que "Congonhas não tem qualquer tipo de problema. Voar lá é bastante seguro". As companhias aéreas continuam fazendo overbooking e mantendo as operações como se nada tivesse acontecido. Ah, estou sendo injusto - as companhias aéreas são as que mais fazem desde a catástrofe de Outubro de 2006. Dão barrinhas de cereais aos passageiros que são vítimas da loteria aérea. Sim, se a iniciativa privada não fizer nada, então morreremos de fome. Porque os governantes não dão a mínima pra essa cambada de azarados. Eles estão relaxando e gozando com nossos impostos em algum lugar deste planeta.
E vem o desastre. O Presidente da República anuncia que o Governo estará de luto oficial de três dias. Pois é, se ele não avisa, nunca saberíamos que estamos de luto. Obrigado, Mr. Squid. Montam alguns inquéritos, organizam documentos, apontam culpados. Alguém vai dizer que a culpa é de alguém importante dentro da apodrecida hierarquia nacional. E esse alguém importante mexe alguns pauzinhos, contata uns amigos influentes, faz algumas ameaças, diz que vai acabar com esse país se o país tentar acabar com ele. E ninguém faz mais nada contra esse cara aí. A culpa vai pra outro, que vai pra um terceiro, que vai pro Presidente, que diz que não sabia de nada.
E vivemos assim. Daqui a dois meses, veremos notícias sobre os aeroportos lotados. E mudaremos de canal, porque cansamos de saber que os vôos demoram 4 horas pra sair. Cansamos de pedir mudanças. Seja lá quem era que estava com a corda no pescoço consegue o que queria: a absolvição por falta de provas. O processo é arquivado, ele ganha o homérico salário dele, volta pra casa no seu jatinho particular, gasta nossos impostos. Daqui a 3 anos, esse cara vai na TV de novo, pedir o voto dos otários que tenham se esquecido da cagada de 2007. E da de 2005, e da 2006, e da de 2008, e da de 2009. E eles terão esquecido, claro. E não farão nada de diferente. O deputado diz que a culpa não é dele, afinal. É do babaca do brasileiro, que votou nele. A culpa é sua, brasileiro. Toda sua. Você, pagador de impostos, estudante honesto, vítima das desgraças da nossa sociedade. Você é o culpado. E você diz que não tem nada a ver contigo, nada disso. A culpa é da próxima geração, que vai arcar com tudo isso. Safados.
Precisamos, infelizmente, de DOIS acidentes com um avião de toneladas de aço e borracha e plástico, um deles caindo no meio da metrópole paulistana, para que as pessoas notem que tem algo de errado. Aliás, dois não. Já sabíamos faz tempo. Há muito tempo. Os acidentes foram usados como tentativas vãs de ver se alguém se tocava do que estava acontecendo. Não adianta mostrar duzentas vítimas de balas perdidas no Rio. Não adianta mostrar duzentas vítimas de batidas de automóveis depois do carnaval. Não adianta duzentos seqüestrados. E, pelo visto, também não adianta mais um avião, pegando fogo, no meio da Av. Washington Luís. O que salva esse país, então? Oh, e agora? Quem poderá nos proteger? Um herói mexicano?
Mas ninguém nos protege. Não tem ninguém que bata no peito e diga que vai consertar esse país. Ou deve até existir. Mas esse cara é tão pequeno perto do mar de lama que ele não consegue nem sair vivo do buraco em que se enfiou. E continuamos na mesma. Esperando que saia, dos confins de lugar nenhum, o verdadeiro patriota. Aquele que bata no peito e diga "Este país é meu também. E se ninguém vai fazer nada por ele, bom, então faço eu". Aliás, todo mundo achou que esse presidente de agora era algo próximo disso. Infelizmente para nós, entretanto, ele é mais um que mergulhou nos domínios da sereia e se enfeitiçou. Tornou-se somente mais um. Se é que não era mais um antes, sei lá. Mas eu não estou em posição de dizer.
E a nossa aviação fica aí, meio sucateada. Temos medo de pegar avião, porque vai saber o que vai acontecer com ele no alto. Jatos americanos? O King Kong? Bater no Chuck Norris, talvez. E vendo ninguém fazer absolutamente nada. Absolutamente nada. É claro, não sejamos hipócritas, o Brasil não é o único país em que esse tipo de coisa acontece. Mas, até onde sei, é o único país que acontece esse tipo de coisa, não acontece nada e ainda tem a impáfia de querer ser um país importante. Eu odeio profundamente quando dizem que o Brasil não tem chances de ser um país desenvolvidos, que estamos condenados, que esse zé povinho não presta, que viveremos pra sempre na merda. Mas se a gente continuar nesse passado engessado, tendo essa gentinha como líder e achando que eles vão levar a revolução pra nossas casas, não temos a menor chance de ser o país do futuro. Como seremos um país decente quando boa parte da nossa população pede esmola pro Presidente Squid? Eu não sei responder. Só sei que não será nada perto. Só sei que nada sei.
É como diria o Lula: só sei que nada sei.
E que Deus abençoe o meu país.
Aviação civil é um negócio muito ingrato. Todos sabem dos perigos graves de um vôo e, então, sentam, e gastam milhões - quiçá, bilhões - de dólares para criar sistemas de seguranças. E sabe o que é fantástico? Os sistemas funcionam. Voar de avião, estatística e proporcionalmente falando, é a maneira mais segura de se viajar no Brasil. Em relação ao número de pessoas que voam, ao número de quilômetros percorridos e ao número de acidentes ocorridos, o avião vence, fácil fácil, o automóvel, o ônibus e, se bobear, até a esticada de canela nas ruas.
O problema é que, como qualquer momento em nossa breve vida, voar de avião nos expõe à sorte. Podemos sofrer um acidente fatal em qualquer lugar. Em um ônibus, em uma piscina, em uma chuveirada, no meio do mato. E um avião, apesar de todos os procedimentos de segurança e de toda a tecnologia made in Século XXI, ainda pode sofrer acidentes. E sofre.
Só que quando sofre, a repercussão é muito maior. É uma coisa saber que duzentas pessoas morreram na cidade de São Paulo vítimas de acidentes de automóveis. Carros batem a toda hora. E é tão corriqueiro que essa notícia perde o "fator notícia". Não é mais novo. Mas um avião de várias toneladas de aço matando as mesmas duzentas pessoas, ah, sim, faz um barulhão. Não é sempre que aviões caem. Eles quase nunca caem e, quando caem, é por um conjunto tão improvável de eventos acontecendo juntos que chega a ser impressionante. Usualmente, quando um dos sistemas de segurança falha, existem outros três de back-up para salvar as duzentas pessoas no vôo. Claro, existem sistemas de seguranças para proteger as duzentas pessoas nos carros, mas, no vôo, é bem mais fácil controlar o problema.
O problema é quando o problema não é contornado. Quando alguns sistemas falham, os outros não são acionados a tempo e os eventos externos são totalmente contrários. Ao mesmo tempo. E um avião derrapa em uma pista encharcada pela chuva torrencial fora de época porque o vôo vinha com uma velocidade muito grande, graças a um problema no sistema de freio dos flaps das asas. O avião encontra (parece pirraça de alguém) um prédio com a logomarca da empresa aérea do outro lado da enorme avenida movimentada e, ao lado, um inocente posto de gasolina.
Quando essa merda acontece, tudo ao mesmo tempo, morrem as duzentas pessoas. Mas aqui é novidade, porque, puta merda, estamos falando de um Airbus de várias toneladas de aço e borracha e plástico! Com pessoas importantes dentro do vôo! Uma mulher grávida! Um deputado! Uma filha em viagem! Um pai de família! A população fica chocada, demanda respostas. E, por favor, não me entendam mal, não estou sendo irônico - o mínimo que devemos fazer, como pagadores de impostos, é exigir que alguém, em nome de Deus!!, bata no peito e diga "EU vou investigar o que aconteceu e EU vou evitar que outra merda desta proporção aconteça de novo". O caso é que NINGUÉM FAZ NADA!!
Há dez meses atrás, um Boeing caiu no meio da Selva Amazônica, no que foi premiado com o título de "pior catástrofe aérea da história da aviação brasileira". Ainda especula-se, de Brasília a Washington, quem desligou que aparelhos, se os culpados foram os pobres brasileiros, mal informados, ou os pobres americanos, mal informados. Agora, já foi provado que a causa foi um ponto cego no sistema de vigilância aérea. E que é possível que isso tenha acontecido porque os controladores de vôo estejam sobrecarregados, ou estejam trabalhando pouco, depende do lado da história que você prefira ver.
Alguém foi punido? Não. Alguma coisa aconteceu? Não. Ah, mentira, aconteceu, sim. O Lula deve ter falado que "nunca antes na história deste país..." e terminou com alguma coisa realmente louvável que ele tenha feito, e que não era mais do que obrigação dele. Algum ministro de alguma coisa deve ter falado que alguma CPI de algum nome prolixo foi instaurado, e "as causas estão sendo investigadas". Ah, a sensação de que nossas competentes autoridades estão trabalhando é mesmo acalmante...
Nos meses seguintes, quando tudo isso caiu na pizza a que estamos acostumados, a ex-prefeita da capital paulista - e a cidade que mais consome pizza na América Latina - e atual ministra do Turismo, cujo nome não escrevo por profundo nojo - pede ao povo para que "relaxem e gozem". Afinal de contas, voar de avião nesta pocilga a que estamos sujeitos deve doer no início, mais depois você dá risada das piadas. E é a única coisa que podemos fazer para manter nosso louvável bom-humor brasileiro.
Enfim. Passaram-se dez meses, desde a maior catástrofe. E nada mudou. Alguns manés foram demitidos para que o povo veja que providências serão tomadas (sim, somos idiotas, senhores governantes, acreditamos que vocês estão trabalhando vinte quatro horas por dia), alguns ministros falaram coisas bonitas, outros falaram verdadeiras babaquices para os repórteres com o microfone da Globo. Os líderes da Infraero, empresa que cuida da estrutura aérea dessa nação coitada, diziam, nas vésperas do acidente, que "Congonhas não tem qualquer tipo de problema. Voar lá é bastante seguro". As companhias aéreas continuam fazendo overbooking e mantendo as operações como se nada tivesse acontecido. Ah, estou sendo injusto - as companhias aéreas são as que mais fazem desde a catástrofe de Outubro de 2006. Dão barrinhas de cereais aos passageiros que são vítimas da loteria aérea. Sim, se a iniciativa privada não fizer nada, então morreremos de fome. Porque os governantes não dão a mínima pra essa cambada de azarados. Eles estão relaxando e gozando com nossos impostos em algum lugar deste planeta.
E vem o desastre. O Presidente da República anuncia que o Governo estará de luto oficial de três dias. Pois é, se ele não avisa, nunca saberíamos que estamos de luto. Obrigado, Mr. Squid. Montam alguns inquéritos, organizam documentos, apontam culpados. Alguém vai dizer que a culpa é de alguém importante dentro da apodrecida hierarquia nacional. E esse alguém importante mexe alguns pauzinhos, contata uns amigos influentes, faz algumas ameaças, diz que vai acabar com esse país se o país tentar acabar com ele. E ninguém faz mais nada contra esse cara aí. A culpa vai pra outro, que vai pra um terceiro, que vai pro Presidente, que diz que não sabia de nada.
E vivemos assim. Daqui a dois meses, veremos notícias sobre os aeroportos lotados. E mudaremos de canal, porque cansamos de saber que os vôos demoram 4 horas pra sair. Cansamos de pedir mudanças. Seja lá quem era que estava com a corda no pescoço consegue o que queria: a absolvição por falta de provas. O processo é arquivado, ele ganha o homérico salário dele, volta pra casa no seu jatinho particular, gasta nossos impostos. Daqui a 3 anos, esse cara vai na TV de novo, pedir o voto dos otários que tenham se esquecido da cagada de 2007. E da de 2005, e da 2006, e da de 2008, e da de 2009. E eles terão esquecido, claro. E não farão nada de diferente. O deputado diz que a culpa não é dele, afinal. É do babaca do brasileiro, que votou nele. A culpa é sua, brasileiro. Toda sua. Você, pagador de impostos, estudante honesto, vítima das desgraças da nossa sociedade. Você é o culpado. E você diz que não tem nada a ver contigo, nada disso. A culpa é da próxima geração, que vai arcar com tudo isso. Safados.
Precisamos, infelizmente, de DOIS acidentes com um avião de toneladas de aço e borracha e plástico, um deles caindo no meio da metrópole paulistana, para que as pessoas notem que tem algo de errado. Aliás, dois não. Já sabíamos faz tempo. Há muito tempo. Os acidentes foram usados como tentativas vãs de ver se alguém se tocava do que estava acontecendo. Não adianta mostrar duzentas vítimas de balas perdidas no Rio. Não adianta mostrar duzentas vítimas de batidas de automóveis depois do carnaval. Não adianta duzentos seqüestrados. E, pelo visto, também não adianta mais um avião, pegando fogo, no meio da Av. Washington Luís. O que salva esse país, então? Oh, e agora? Quem poderá nos proteger? Um herói mexicano?
Mas ninguém nos protege. Não tem ninguém que bata no peito e diga que vai consertar esse país. Ou deve até existir. Mas esse cara é tão pequeno perto do mar de lama que ele não consegue nem sair vivo do buraco em que se enfiou. E continuamos na mesma. Esperando que saia, dos confins de lugar nenhum, o verdadeiro patriota. Aquele que bata no peito e diga "Este país é meu também. E se ninguém vai fazer nada por ele, bom, então faço eu". Aliás, todo mundo achou que esse presidente de agora era algo próximo disso. Infelizmente para nós, entretanto, ele é mais um que mergulhou nos domínios da sereia e se enfeitiçou. Tornou-se somente mais um. Se é que não era mais um antes, sei lá. Mas eu não estou em posição de dizer.
E a nossa aviação fica aí, meio sucateada. Temos medo de pegar avião, porque vai saber o que vai acontecer com ele no alto. Jatos americanos? O King Kong? Bater no Chuck Norris, talvez. E vendo ninguém fazer absolutamente nada. Absolutamente nada. É claro, não sejamos hipócritas, o Brasil não é o único país em que esse tipo de coisa acontece. Mas, até onde sei, é o único país que acontece esse tipo de coisa, não acontece nada e ainda tem a impáfia de querer ser um país importante. Eu odeio profundamente quando dizem que o Brasil não tem chances de ser um país desenvolvidos, que estamos condenados, que esse zé povinho não presta, que viveremos pra sempre na merda. Mas se a gente continuar nesse passado engessado, tendo essa gentinha como líder e achando que eles vão levar a revolução pra nossas casas, não temos a menor chance de ser o país do futuro. Como seremos um país decente quando boa parte da nossa população pede esmola pro Presidente Squid? Eu não sei responder. Só sei que não será nada perto. Só sei que nada sei.
É como diria o Lula: só sei que nada sei.
E que Deus abençoe o meu país.
Ouvindo:
Sunshine
Keane
Hopes and Fears (2004)
Ah! Antes do fim, vou ser grosseiro antes para não precisar ser depois: pouco me importa se você é a favor do Lula ou de alguém do Governo. Não se incomode me xingando. Eu já tenho minha opinião formada, eu não gosto dele e de ninguém que simpatize com o PT ou qualquer partido parecido com isso. Mas sobre minha opinião política, eu falo outro dia.
3 comentários:
Companheiro colega
O "Mr. Squid" foi ótimo. Seu texto me lembrou uma citação atribuída ao nosso saudodo companheiro Charles de Gaulle, Carlos da Gália para os íntimos. Ele disse:
"Le Brésil n’est pas um pays sérieux"
O Brasil não é um país sério.
Concordamons, monsieur.
Sabe q eu estava precisando ler alguma coisa assim.
Não tem nem o q falar. Acho q se eu tivesse escrito esse texto, ainda nao falaria exatamente como eu sinto como o seu texto fala.
No dia do acidente não consegui nem dormir direito. Serio, nao é possivel q essa porra nao vá pra frente. "Relaxa e goza"!!! Acho q eu nunca me senti tão insultada por um político antes, e olha q nos somos insultados o tempo todo. É tao absurdo q uma coisa dessa tenha q acontecer para q vejamos em q merda vivemos!!
E então te bate aquele sentimento patriota!! "eu vou mudar!!". E entao vc acorda e ve que nao tempo de mudar porra nenhuma pq vc precisa trabalhar senao vc morre de fome.
E me dói profundamente ver um país como esse se enterrando mais e mais.
Fico mto triste. Nao só pelas pessoas desse acidente, até pq eles jah morreram. Fico triste mesmo por nós q estamos aqui. E quem sabe seremos os próximos. Talvez nao seja um acidente de aviao. Pode ser bala perdida, sequestro, acidente de carro, infecçao hospitalar, ou talvez a policia te mate sem nenhuma razao. tanto faz, vc escolhe.
Tá tenso o negócio.
E ah, jah ia quase esquecendo de comentar. Que linda a abertura do pan!! Mostramos pra américa inteira como temos dinheiro pra jogar fora! YES!
Rir pra não chorar. Como sempre.
Eu sou Brasileiro e nao desisto nunca!! pq se eu desisto eu morro de fome!
otimo texto rafaaaa
adoro-te!
e vamo em frente!
beeijos
Inocente posto de gasolina foi perfeito! Realmente, isso só deve ser permitido no Brasil msm...
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